sábado, 28 de fevereiro de 2004




:: sinal de verão ::



Esplendor da tarde;
deve haver um amarelo
também a florir!

Yosa Buson





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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004




:: a oriente ::

voltar o corpo para o sol, alimentarmo-nos do sal sobre a pele, resistir na ferida do excesso sobre o corpo. sonhar enquanto é tempo, avançar com os olhos pela noite dentro, como se fosse possível desvendá-la. enterrar as mãos na areia, equilibrar os ombros com o implacável azul do horizonte, pressentir o oásis longínquo que será o refúgio para a nossa sede. habitar um mundo que não nos pertence, ser nómada, ser viajante, na própria matéria dos nossos dias. moldar a boca à forma do silêncio, aprender a sustentar o desejo para que não doa a ausência, deitar o corpo sobre a terra para sentir o ardor do chão. limpar dos pés a poeira do desencontro *, acolher o azul-negro da noite com os olhos postos no firmamento, saber assim que o universo é aberto de vastos espaços, mas que só no deserto as estrelas nos falam, animadas pelo sopro dos deuses.

* Sophia de Mello Breyner Andresen





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:: dos desertos #3 :








Raymond Depardon | Désert, Un Homme Sans l'Occident


os homens ocidentais sentem constantemente o fascínio pelo deserto. mas os homens que nele habitam só sonham com um oásis branco.





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:: dos desertos #2 ::


aquele que ama o deserto
caminhará de frente para o sol
e sentir-se-á feliz e pleno
com o ardor da areia no corpo,
as pupilas feridas pela luz. *


.............................................................




* Luís | A Natureza do Mal





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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004



:: dos desertos :



Don Hong Oai
To Market, Vietnam, 1970



volto os olhos para oriente
alinho o corpo com o sol
e arde-me a visão do deserto

no recorte negro das sombras
há um perfume de histórias antigas
ou a certeza de um rio — um porto
para lá dos arrozais.


.......................................................................


ver mais de Don Hong Oai





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:: pela ausência de varandas voltadas ao mar ::


é tarde. e eu tenho medo destas horas nocturnas, juro que tenho. adio o mais possível o sono, até que me vença sem restrições, para que sucumba onde não tenha lugar para o pensamento. tenho medo do pensamento nocutrno. sou eu não sendo eu. mesmo agora, o que escrevo não sou eu. é o canto escuro que tudo sabe a olhar a para mim. é estar na margem do abismo de mim mesma, onde tudo me precipita para o que não devo, o que não posso. tenho uma existência insuficiente para tanto aperto. sob o sol, conheço o sossego. no silêncio azul-negro da noite, enche-se-me o quarto de incertezas que ardem como sal na ferida. espero o dia. movo-me e resisto. sou só eu contra os infernos de minha própria criação. algum sossego há-de chegar com a manhã. talvez ame o deserto pela vontade de me impregnar de sol excessivo que dure e baste e para estas travessias. forço-me aos corredores da insónia, que não me aceitam, que me castigam depois com o cansaço durante o dia. é tarde e algo em mim tilinta e estremece. é um lugar estranho, a noite.

Minha pedra de peito
onde mordo onde morro
onde estás morto
movo-te.

[P.]




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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004



:: Helmut Newton ::








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:: carruagem de abóbora e sapatinho de cristal ::

voltei a casa. e como sempre que volto de festa em casa de outrem, demoro a recolher-me. venho antes tactear a penumbra deste quarto, tomar-me de saudades. a noite é de facto funda e silenciosa quando entramos em casa vindos de longe. neste silêncio vem a consciência do meu corpo, é aqui que me dispo ou me visto de máscaras. já não sei ao certo. é um lugar estranho, a noite.





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terça-feira, 24 de fevereiro de 2004




:: assombro à janela ::




assombro é
pressentir teu rosto entre as estrelas
agora que se evadiu do rio dos meus olhos
saber-te perdido na negra noite funda
e procurar-te entre florestas de sombras

– ao longo dos desertos caminharei
em cada grão de areia irei chorar-te
o ardor do sol será meu alimento

e os meus braços
refúgio para o teu corpo despedaçado.

poema de amor de Isis a Osiris





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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004




:: por motivo do adiantado da hora ::

agora, acima de tudo,
há em mim qualquer coisa
que me pesa sobre as pálpebras
que me coloca em desacordo com a noite
este cansaço que não pertence à minha vontade.





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:: da fatalidade ::

há em mim qualquer coisa de Carlos Eduardo da Maia. o excesso de dramatismo, a tendência para a fatalidade, o diletantismo. qualquer coisa que me faz pesar excessivamente o mundo em cima dos ombros. qualquer coisa excessivamente aguda para o meu peito exasperado. não conheço o sossego senão em breves lampejos. tendo para os amores impossíveis. mas não esqueço nunca que os meus infernos são de minha própria criação.




Quando abalares, de ida para Ítaca,
Faz votos por que seja longa a viagem,
Cheia de aventuras, cheia de experiências.
E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes,
O irado Poséidon, não os temas,
Disso não verás nunca no caminho,
Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre
Emoção tocar tua mente e corpo.
E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,
Nem o fero Poséidon hás­‑de ver,
Se dentro d'alma não os transportares,
Se não tos puser a alma à tua frente.

Konstatinos Kavafis
tradução de Manuel Resende






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:: das águas caudalosas do oriente ::



não sei senão que o coração se me aperta
se pressente a terra cujo pó não respirou

— na falta de areia para enterrar os dedos
assim cubro o corpo com o véu do mito

tacteio na densa penumbra da noite longínqua
um rosto de mulher em cuja sombra me eternizo.





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sábado, 21 de fevereiro de 2004




:: redundâncias | pela próximidade do verão ::

acontece-me sempre isto. um inverno inteiro passa e eu sem conseguir aproximar-me dos livros de Sophia. está frio dentro da luz que eles prometem e que tarda. não tenho outra religião que não seja a do Sol. a cada ano me apaixono e converto novamente, se encontro um poema ao acaso, que me fala da minha natureza longínqua. na precaridade dos dias tenho assim a única certeza possível — se habito um mundo que não foi feito à minha medida, há pelo menos uma visão comum, de saudade extrema, de um mundo glorioso de imagens prometido à minha alma. e assim aprendo a necessariedade e o rigor da substância sagrada das palavras.





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:: explicação ::

IV

Meu coração busca as palavras do estio
Busca o estio prometido nas palavras

Sophia de Mello Breyner Andresen | Poesia de Inverno





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:: varandas ::



Edward Hopper | Second story sunlight



É na varanda que os poemas emergem
Quando se azula o rio e brilha
O verde-escuro do cipreste — quando
Sobre as águas se recorta a branca escultura
Quasi oriental quasi marinha
Da torre aérea e branca
E a manhã toda aberta
Se torna irisada e divina
E sobre a página do caderno o poema se alinha

Noutra varanda assim num Setembro de outrora
Que em mil estátuas e roo azul se prolongava
Amei a ida como coisa sagrada
E a juventude me foi eternidade


Sophia de Mello Breyner Andresen



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porque a varanda é o lugar privilegiado do sol
é onde a sombra se forma em colunas negras
e onde o silêncio — rente à penumbra fina —
transpira o hálito azul o rumor das manhãs
ou o tom nocturno das praias distantes
a medida justa das coisas
a claridade precisa da poesia.





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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004




:: para a reconstrução de um mundo puro ::


num quarto fechado a luz não entra —
— a noite longa crava-se nas paredes
habitadas de negras sombras
e tu não conheces senão
os estreitos corredores do medo

não suspeitas que tão pouco
te separa de um reino de sol
onde serias luminoso e inteiro
na medida justa do teu corpo
onde habita o sopro dos deuses

— se soubesses tactear a manhã
junto ao silêncio em que te assombras.



para ti que sabes quem és.





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:: exílios #2 ::




Joseph Koudelka | Exiles


trazer o deserto por dentro
ser-se o próprio corpo do sol
a pique sobre a memória
cavando negras sombras
sobre a areia que arde
sobre a saudade que ferve

ser-se a cidade em ruínas
o silencio brutal entre os escombros
o cansaço em que a própria sede
se esgota
a noite longa que se abisma
sobre a ferida

mas ser-se também a manhã gloriosa
a luz a entrar nas casas pelas janelas
o dia novo reconstruído
depois de vencida a substância do medo.


para ti.



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:: estou solar a escrevo vida ::





Dennis Stock | Brother Sun


justifica plenamente o poema do amigo mais íntimo do Sol:




Este sol, não sei se já o disse,
este sol é o mar todo
da minha infância.


É como se fora a manhã alta,
os seus cabelos ardem,
mas eu sonho com outra boa.


Onde aprenda a ser água.


Eugénio de Andrade | Matéria Solar





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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004




:: da noite interior ::


1
no negrume do quarto
a noite pesa


2
tardia sobre os ombros
descompostos de cansaço
a hora hesita e circunda
a frágil matéria das palavras


3
entre sombras
o nosso corpo se constrói

na ferida do silêncio


4
amanhã ainda seremos vivos
sob a medida precisa do sol.





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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004




:: estou viva e escrevo sol * ::













I can see clearly now the rain is gone.
I can see all obstacles in my way.
Gone are the dark clouds that had me blind.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.

Oh, yes I can make it now the pain is gone.
All of the bad feelings have disappeared.
Here is that rainbow I've been praying for.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.

Look all around, there's nothing but blue skies.
Look straight ahead, there's nothing but blue skies.


Jimmy Cliff | I Can See Clearly Now


* adaptação de António Ramos Rosa






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:: dentro dos livros ::


Não valia a pena esperar, ninguém viria
que nos segurasse a cabeça e nos pegasse nas mãos,
estávamos sós e essa solidão éramos nós;

e era indiferente sabê-lo ou não,
ou gritar (ou acreditar), porque ninguém ouvia:
o grito era a própria indiferença.

Presente, apenas presente;
a memória, presente,
a esperança, presente.

E, no entanto, houvera um tempo,
em que tínhamos sido talvez felizes,
quando não nos dizia respeito a felicidade,

e em que tínhamos estado perto
de alguma coisa maior que nós
ou do nosso exacto tamanho.

Como um animal devorando-se
por dentro a si mesmo,
consumira-se, porém,

o pouco que nos pertencera, os dias e as noites,
a certeza e o deslumbramento, a cerejeira e a
palavra «cerejeira» ainda em carne na jovem boca.

Nenhuma belza e nenhuma verdade que nos salvasse,
nenhuma renúncia que nos prendesse
ou nos libertasse, nenhuma compaixão que

nos devolvesse o ser
ou o mesmo,
ou fosse a morada de algo inumano como um coração.

nenhuns passos ecoavam no grande quarto interior,
nenhumas pálpebras se abriam,
como poderíamos não nos ter perdido?

Entre 10 elvado a mais infinito
e 10 elevado a menos infinito,
um indistinta presença impalpável na indiferença azul,

sós,
sem ninguém à escuta,
nem a nossa própria voz.

Manuel António Pina | O grito
in Os Livros


para P.




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:: mas afinal o que é isto?! ::


não percebo. tenho consultado a lista de blogs alojados no sapo e, com alguma surpresa, constatado que a grande maioria não tem outro nome que se lhe chame: são pirosos. absurdamente pirosos, a pender para o lamechas, para o mau gosto. não têm ponta por onde se lhe pegue. questões estéticas à parte, é o conteúdo que está em causa.
é verdade, tenho uma opinião arrogante e não estou preocupada com isso.
e o que é isto de as gajas se terem lembrado de fazer blogs sobre sexo aos molhos? nada contra o sexo aqui. só que um blog sobre sexo lamechas e piroso até parece mal. venha de lá outra vez o Pipi! ou menos mal, a Despida...
desabafei. agora estou bem.



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terça-feira, 17 de fevereiro de 2004




:: dedicatória ::


estamos aqui
e é nosso este lugar de sol
é possível que doa o desencontro
mas não importa
porque o verão está à nossa espera
e há que apressarmo-nos
a despirmo-nos do medo

— agosto é o nosso reino
e pertence-nos a luz
que habita a terra no sul.



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:: explicação do vento* ::





Do rio se diz que é violento
mas ninguém diz violentas
as margens que o oprimem

Bertolt Brecht



* porque há quem tenha os ventos do deserto a cavalgar-lhe o peito.
este é provavelmente o meu poema preferido, a haver um que o seja.




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:: o fascínio da morte ::


poucos são os que compreendem. esta fractura por dentro, este desmoronamento no interior do corpo. mais do que a vertigem - a sensação de que se embate contra um muro de betão a 120 km / hora cada vez que as palavras rasgam o silêncio -, a vontade da vertigem.
acontece-me sobretudo quando conduzo à noite, se me permito distanciar-me do que vejo um só momento, e de súbito me encontro num outro lugar qualquer. sinto que os meus sentidos se diluem, não há nada de mim a que possa agarrar-me. à minha frente, só a grande estrada negra, um abismo para o qual me precipito desenfreada. algo em mim urge no encontro com a parede de betão. algo em mim, encarcerado nos corredores do medo, me desapropria da margem de sossego que me permite o equilíbrio dos dias. sou lançada a 120 km / hora contra o muro dos meus medos.
sei como é o ruído da morte a aproximar-se, é o som de chapa a bater, o som de vidros a partir, o corpo em tensão aflita, e depois o silêncio total, que lentamente golpeia o interior do peito na ausência de explicações. conheço esse ruído por dentro, e tal como ver o mundo faz pertencê-lo um pouco aos nossos olhos, assim também esse ruído horroroso se fez pele da minha pele.
e ninguém sabe, ninguém suspeita, como me fascina esse ruído, como em cada metro de estrada que percorro o revivo e reinvento, e como há uma parte de mim que deseja e se precipita para o desastre, só pela adrenalina de ouvir os mesmos sons e sentir os mesmos medos.
digo eu que é isto o limiar da loucura, é esta a linha fina que nos separa de qualquer coisa que não sei nomear. e não é vontade de morte, é absurdamente fácil pensar no fascínio como um desejo de morrer. digo eu, e garanto, que é precisamente o contrário, uma insuportável vontade de viver que nos leva assim a esta aproximação dos limites, a um desafio da vida no descontrolo da velocidade. porque nada basta. já dizia Nigel Charnock, too much is not enough. mais não sei explicar, foi aliás a Cláudia que me permitiu a imagem da parede de betão contra a qual imaginariamente me despenho. sem saber porquê, sem conhecer de mim outra coisa senão esta vontade absurda de estar próxima da queda, saber que se pode cair, e depois ainda assim deter-me, resistir, prosseguir através dos dias com o mesmo equilíbrio precário que me faz ter a certeza que habito um mundo que não foi feito à minha medida.



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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004




:: nota ::

nothingnowhereiswhatitseems.



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:: flores de fevereiro ::




amores-perfeitos
para a Paula.




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:: terra ::






1
no silêncio das profundezas
alguma coisa se nomeia

é assim ter um lugar vivo
garantido pelas palavras


2
auscultar a superfície da terra
tactear
o húmus pressentido abaixo


3
para além de tudo o que morre
há o lugar escuro das palavras
assim como o das cinzas sobre o solo
negro contorno das coisas vivas
matéria-prima do silêncio.


4
ser-se corpo fértil
verde do verde que alimenta o chão.



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:: quem diria ::






All my bags are packed I'm ready to go
I'm standin' here outside your door
I hate to wake you up to say goodbye
But the dawn is breakin' it's early morn
The taxi's waitin' he's blowin' his horn
Already I'm so lonesome I could die

So kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
Cause I'm leavin' on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh babe, I hate to go

(...)


Leaving on a jet plane | John Denver



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domingo, 15 de fevereiro de 2004




:: snoopy keeps me calm ::





enquanto o inverno dura, é neste sorriso que me aqueço.
os abraços são para todos os dias, neles há réstia de verão.
por isso não precisamos dos corações vermelhos, apenas de um dia a seguir ao outro.
poucos são os portos seguros para o amor, dentro de um peito que arde e dói.
but Snoopy keeps me calm.



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:: janela indiscreta com vista para a foz ::



Rear Window
Alfred Hitchcock (1954)




ontem também renunciei aos corações vermelhos. contenção nos beijos, nada de jantares românticos. aliás, muito pelo contrário. o mais que se arranjou foi uma tarde passada na prisão, com um fabuloso grupo de indiscretos. agora quero mais. :D



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regressou a noite escura. antes escura que longa. tinha saudades.



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sábado, 14 de fevereiro de 2004



:: retalhos e recortes | edição especial ::


3
apesar do frio


porque nos desertos os deuses habitam
ainda os lugares recônditos do silêncio
aqui me sento e espero a poesia

apesar do frio


2
apesar do mar


porque o verão é próximo mas frágil
hesito no preâmbulo do sol
como quem aguarda o azul absoluto e livre

apesar do mar


1
apesar do vento


porque a terra é um lugar de silêncios
do húmus ao horizonte o olhar cresce
e se converte ao sol

apesar do vento


um acaso nascido de um comentário aqui.



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húmus


do Lat. humus
s. m., (Bot.),

terra vegetal que fornece a nutrição às plantas;

material orgânico derivado da decomposição de matéria animal e vegetal que existe (em mistura) na camada superior dos solos.






porque o corpo pertence à terra
e porque os olhos são fundas raízes
pela noite adentro
são afinal as cinzas
o nosso alimento
que as mãos revolvem

— é ser-se fértil onde outros perecem
matéria-prima do silêncio
ou dos regressos
um olhar para dentro
saber

(não há nada que morra ou se esgote).



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:: bilhete de identidade #3 ::


Tu estás livre e eu estou livre
e há uma noite para passar
porque não vamos unidos
porque não vamos ficar
na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
que tu tens o meu olhar
tens a minha mão aberta
à espera de se fechar
nessa tua mão deserta


Vem que o amor
não é o tempo
nem é o tempo
que o faz
vem que o amor
é o momento
eu que eu me dou
em que te dás

Tu que buscas companhia
e eu que busco quem quiser
ser o fim desta energia
ser um corpo de prazer
ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
do melhor que já não vem
e a esperança fio encontrada
antes de ti por alguém
e eu sou melhor que nada


António Variações | Canção do engate



é desta noite que falo, nela me desdobro, percorro-lhe os túneis e os subterrâneos, reconheço-lhe os cantos escuros, ausculto os seus silêncios. por vezes é apenas insónia, por vezes é apenas saudades do mar ou do rio, por vezes apenas um rumor que me recorda que os deuses esquecidos ainda vagueiam por aí. nos corpos em busca de algo. de um sossego, um abraço, uma febre. é assim o amor.



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:: música para o dia de hoje ::


mad world | gary jules (donnie darko o.s.t.)
come undone | robbie williams
canção do engate | antónio variações
my culture | 1 giant leap
red light visions | cypress hill
is you is or is you ain't my baby | dinah washington (rae & christian mix)
would you...? | touch & go
cantaloop island | herbie hancock
summertime | ella fitzgerald
all things to all men | cinematic orchestra
#1 crush | garbage
tear drop | massive attack
never met a girl like you before | iggy pop
love will tear us apart | joy divison
temple of love | sisters of mercy
under the gun | sisters of mercy
white rabbit | jefferson airplane
seven nation army | white stripes
i come from a land down under | men at work
coconuts | worms 3D music
le voyage de penelope
the night | morphine
way to blue | nick drake
solitude | the the
song to the siren | this mortal coil



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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004



:: bilhete de identidade #2 ::


And I find it kinda funny
I find it kinda sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very mad world mad world


Donnie Darko B.S.O.



porque hoje é uma noite de regressos. longa, mas não infinita. o peito arde e dói, mas da ferida se arredonda a pérola.




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::retalhos e recortes #10 ::


«Porque a noite é longuíssima,
mas finita,
estamos calmos.

Sabemos o que podíamos saber.»


Eugenia in the meadow



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:: bilhete de identidade ::


Na incerteza
Em que eu vivo os meus dias
Ainda espero o mais claro amanhã


Tom Jobim



este é o sítio onde vou pela promessa de afogar as mágoas. quem se afoga sou eu, afinal, rodeada de mágoas tantas. há coisas do Diabo.



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:: watching windows ::



Hilary Scott | Union Square Plaza



Edward Hopper | Night Windows





para o Paulo, em jeito de agradecimento.



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:: é oficial ::





a magnólia vai florir. que terrível engano o meu. continua são e salvo, apesar do frio, o meu arbustinho rosa. não lhe conheço as cores - ou os tons -, vai florir pela primeira vez. quem diria. sobreviveu a minha magnólia. está cheia de botões fechados, que prometem um pouco de primavera em Fevereiro.



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:: explicação da manhã ::


acordar
no pressentimento do orvalho
respirar
o ar frio rodeando as árvores
seguir o dia aureolado de azul
voluntariosos são
os que acreditam no sol.



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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2004




:: terceira explicação do amor ::


saber assim
que o peito dói em vão.



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:: segunda explicação do amor ::


olha, é assim o amor —
— a noite negra e longa
que eternamente aguarda
a manhã que nunca vem.



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:: segunda explicação do deserto ::





ardem sob o sol
fundas raízes
mas é nesse árido sossego
que a noite descansa
e a água se prepara —
— onde era a ferida aqui e além
agora um jardim florido.



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[exterior]

1
a estrada arde
sob o hálito quente do deserto


2
nenhuma protecção tem o corpo
contra o grande olho aberto do sol
assim suspenso na paisagem


3
a pique o gume do silêncio
recorta o negro contorno do lugar
— aqui não perguntamos


4
dizem que os deuses andam por aqui
e eu acredito
se os vejo e pressinto
na linha pura dos teus ombros.



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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004




[interior]


1
a casa fechada
o verão demora-se pelas paredes brancas
inclina-se a tarde pela praia


2
as janelas abertas de par em par
um quadrado de luz rasga o silêncio
o dia aureolado de azul


3
o rumor do mar ao longe
os joelhos descansados sobre o chão
os corredores de súbito inquietos
é este o lugar que o medo habita


4
densas são as sombras
negra a noite perfumada.



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:: explicação do silêncio ::


o que não se sabe
das profundezas da palavra
o que não se pergunta



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:: explicação da luz ::


os ângulos da casa dobrados
no recorte negro das sombras
o lugar predisposto para o corpo pleno
o sol queimando o chão pelas janelas



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:: explicação do deserto ::


onde os outros ardem
sustêm ferida
assim sou eu —
— feliz sob o sol.



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terça-feira, 10 de fevereiro de 2004



:: retalhos e recortes #9 ::


Passará primeiro o nosso amor,
depois cem e duzentos anos,
depois estaremos de novo juntos:

...

E como se fossem poucos
os fracassos e a dor,
como palavras nos batemos

...

Sentem-se leves. Sabem
que a beleza é um repouso,
que o falar rouba às bocas o sentido
e que os gestos se modelam por si sós
numa inspirada falta de vontade.

...

grãos de areia, gotas de água
— as paisagens


...

Para o excesso e a falta
um só mover de pescoço

Wislawa Szymborska | Paisagem com grão de areia



são os meus sublinhados. não é sem ponta de sacrilégio que se esquarteja a poesia. mas mesmo assim.



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posted by saturnine | 10:48 | 0 Comentários


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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004




:: auscultação da terra ::





há quem diga que os deuses
permanecem nos lugares inabitáveis
onde nenhum rumor é possível
onde a terra é ferida aberta e nós

os que vagueamos à procura
nada sabemos
do que dizem os ventos no deserto.



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posted by saturnine | 22:45 | 0 Comentários


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:: explicação do amor ::


olha, é assim o amor
cercar-me o verde dos teus olhos
acolher o ardor do sol
a amargura do silêncio
junto à frágil negrura das sombras
e beber da própria substância
da nossa sede.



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posted by saturnine | 22:23 | 0 Comentários


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:: olha, Luís ::


estava a Ribeira cheia de sol
o ar da manhã perfumado de
magnólias brancas
eu fui ao Mercado sem saber
contrariando o cansaço do inverno
encontrar a Ana Paula Inácio.



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:: livro de Inverno ::


continuamente, escuta, me destruo
e as longas águas sem sossego fogem
e os ossos de dezembro coincidem
e são do inverno estas metamorfoses

não falarei da vida porque a ida
perdidamente triste se sustenta
de surdos pensamentos e desastres
e devagar a luz se lhe estrangula

sempre assim foi esta periferia
da escrita a desfazer-se e é no inverno
que nos olhamos com ferocidade
antes que o tempo devore outros discursos

Vasco Graça Moura | in O mês de Dezembro e outros poemas



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posted by saturnine | 19:53 | 0 Comentários


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:: inesperada surpresa ::


entardeceu. no preciso momento em que contemplo o azul no seu auge, anoitece rapidamente. faz frio. fui à sala fechar as janelas e inesperadamente encontrei, em pleno Fevereiro, a árvore de Natal ainda montada. hmmm. é a prova viva de que o Natal é quando o homem quiser.



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domingo, 8 de fevereiro de 2004




:: claro-escuro #1 ::


os lugares vazios da terra
os interiores das casas
onde as sombras se habitam de vida
onde o silêncio se banha de luz.



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posted by saturnine | 12:37 | 0 Comentários


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:: into the light #3 ::




James Turrell | Unseen blue (at sunset) (2002)
[ver a sequência completa aqui]




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posted by saturnine | 12:29 |


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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


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~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


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a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


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os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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