domingo, 23 de setembro de 2012



Inscrição


O ritmo é uma coisa assombrosa. Uma espécie de música silenciosa, um breve sopro inaudível, uma lenta respiração que recorda o próprio início dos tempos. Uma ténue vibração de cordas interiores, e todo o corpo repica como um sino acossado. O coração acorda, e a memória também. É quase apenas um pressentimento, o odor da chuva, a antecipação dos dias cinzentos, das horas menores. Setembro é um mês de rituais: fecham-se as mãos em concha, fecham-se as pálpebras sobre o mundo, desce a noite sobre o arvoredo. À chegada do outono, o corpo prepara-se para as cinzas. E tal como regressa a outra às profundezas da terra, pelo crime de ter provado do fruto saturnino e, com ele, do conhecimento do inferno, também eu regresso. «Nenhuma palavra alcança o mundo. Ainda assim, escrevo». *




* Mia Couto





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Celebrações ocasionais




© Lorenzo Durán



Outono

Uma vez um homem encontrou duas folhas e entrou em casa segurando-as com os braços esticados dizendo aos pais que era uma árvore. Ao que eles disseram então vai para o pátio e não cresças na sala pois as tuas raízes podem estragar a carpete. Ele disse eu estava a brincar não sou uma árvore e deixou cair as folhas. Mas os pais disseram olha é Outono.


Russell Edson, O Túnel
Assírio & Alvim, 2002


[via Bruaá]



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domingo, 3 de julho de 2011



O ponto de vista dos demónios #36


É uma espécie de purgatório, a idade balzaquiana, que abriga a metamorfose que se desdobra, demasiado lentamente, entre a adolescência e a verdadeira idade madura. Saber o que fazer com os demónios domesticados, acomodá-los nos recantos escondidos da casa, esperando qualquer coisa entre o tumulto apavorado da insónia e a familiaridade da convivência ao redor da mesma mesa. Esperar o tempo em que a urgência do próprio sono se desmaterializa, o tempo de uma refeição partilhada de igual para igual, quando os dias não mais se alimentarem dos meus ossos.





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sexta-feira, 20 de maio de 2011



Fruto saturnino


Frutos de outono em Maio: o conhecimento do inferno chega com as brisas da tarde. Em breve, penderão as romãs, bolas vermelhas, como de uma árvore de Natal, em pleno verão.








© little black spot 2011






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sábado, 14 de maio de 2011



April was the cruellest month #4


Há uns cinco anos, durante um Abril que foi, efectivamente, o mais cruel dos meses, tinha começado a ler pela primeira vez a Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. Eu era, na altura, uma jovem mulher adulta, no limiar daquilo que eu imaginava ser a 'flor da idade'. Era uma tarde de sol num café da Rua de Ceuta, e eu tinha acabado de comprar o meu primeiro livro do Rui Pires Cabral. Não o cheguei a tirar do saquinho de papel, como pensava, para exibi-lo como um recém adquirido tesouro. Entretinha-me, enquanto esperava, de mãos trémulas e espírito inquieto, com a Mrs. Dalloway, poucos minutos antes de eu ter morrido, ou o mundo ter acabado (não me recordo com precisão, sei apenas que sucederam grandes desastres).





John William Waterhouse | Ophelia






Depois regressei, como quem acorda de súbito, ou o mundo regressou, claro, como sempre fazem as coisas seguindo a sua ordem, voltando ao normal. Mas algo de mim ficou preso naquela tarde e já não regressou juntamente com o resto. Depois desse dia, li muitas vezes os poemas preciosos de Rui Pires Cabral, mas não li mais uma única página que fosse de Mrs. Dalloway, até hoje (ou até há dois dias, quando escrevi este texto, mas o Blogger estava avariado). Cinco anos depois, em plena idade balzaquiana, também Abril se tornou um demónio domesticado.

O ano passado reconciliei-me com a Câmpanula de Vidro, de Sylvia Plath, o livro mais assombrado da minha vida. Mrs. Dalloway é o segundo. Estes dias, peguei-lhe novamente, com renovada confiança, em toda a graça dos meus trinta anos, e a leitura está livre do estigma do castigo. Abril não é mais o mês asfixiante das mortes entre as flores. Agora já pode ser só o mês próprio para a Ana Teresa Pereira.





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sábado, 15 de janeiro de 2011



O meu quarto não tem vista para um parque (mas devia) #2



© little black spot 2008






Outro ponto de vista sobre um bom engano.



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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010



From Hell (and back)


Uma pequenina menina tangerina sabe que cresceu quando deixa de querer saborear o fascínio agridoce do que dói. Há uma coisa pior do que as dores de crescimento: as dores de ter crescido. Um fruto anseia ser a totalidade daquilo que é, e a sobrevivência não se cumpre à custa de morder cada gomo até que sangre. Eu, por exemplo, dispensei o antigo ofício de encantadora de demónios. Não mais regressarei às velhas músicas que os despertam, de livre vontade, para poder simular uma presença familiar, ainda que assombrada. A domesticação constrói-se com a paciência de alguma indulgência, mas nunca com a subjugação. Eu sou um pequenino fruto que possui o conhecimento do inferno, mas que não mais regressará, por ora, às canções que evocam velhos rostos. O tempo é escasso, e há ainda tanto mundo, à superfície, por descobrir...




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segunda-feira, 25 de outubro de 2010



Dos frutos e das marcas



© little black spot



Não é de admirar que tenha sido a romã o fruto escolhido para reter Perséfone nos infernos: afinal de contas, é um fruto que mancha a pele, que deixa as cicatrizes do conhecimento. Apropriado para celebrar um vínculo de pertença indelével.





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domingo, 24 de outubro de 2010



Da passagem das estações e do conhecimento do inferno


Qualquer coisa acontece em Setembro que me faz sempre duvidar se Abril é ou não é, afinal, o mais cruel dos meses. O fim do verão devolve-me à alternância entre o exílio e o reino. Qualquer coisa dentro do meu corpo emudece. Acorda todo o séquito dos demónios. A idade ensina a domesticá-los, mas alguns são já velhos rezingões, não é fácil persuadi-los a voltar ao sono. Enquanto resistem, vão tocando aqui e ali onde dói.

Não há tempo para os livros, não há tempo para as palavras, não há tempo para (quase) nada. A vida continua suspensa, adiada mais um pouco, à espera do tempo para ser vivida. Sou um mero projecto daquilo que quero ser. Sou um bicho que vai deixar de escalar estantes, porque o corpo já não aguenta a vertigem. Sou um bicho que volta a ser apenas bicho-do-mato. Os desejos em hibernação, as expectativas em pausa. Uma vida para breve, é o que se espera.





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domingo, 15 de novembro de 2009



planos para dominar o mundo #11


há uns dois ou três por volta desta altura de fim de Outono, cheguei a casa num fim de tarde e sentei-me a ver (sem o saber de antemão) exactamente o filme que me apetecia ver - era o Labirinto do Fauno, que amo de paixão assolapada quase tanto como sou obcecada pelas aventuras da Alice no País das Maravilhas.

no meu aniversário este ano, sentei-me na cama ao fim da tarde e apeteceu-me ver exactamente o filme que me apetecesse ver; então disse em voz alta "apetecia-me ver qualquer coisa como o A Series of Unfortunate Events. liguei a televisão e o filme estava a passar.

gosto destas coisas que são as febres da estação e as coincidências de arrepiar. e como é uma angústia tremenda pensar que não há mais Senhor dos Anéis, que é o meu universo natalício/invernoso por execlência, estou já já a preparar o meu roteiro de literatura fantástica pré-natalícia:









se pudesse, só voltavam a ver-me fora de casa lá para Março. work less, read more, a máxima imprescindível de qualquer manifesto contra o trabalho, com algumas horas de sono excessivas pelo meio, e ai de mim se não vou mesmo parar ao inferno com tanta queda para os pecados capitais.





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sábado, 31 de outubro de 2009



Dr. Jekyll and Mr. Hyde



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quarta-feira, 21 de outubro de 2009



x. mark.


durante muitos anos a maior parte de mim esteve demasiado colada a um sentimento desolador de desconcerto total - eram os Demónios Interiores do Jorge Palma, que também eram os meus, raios os partam, eram os Passos em Volta do Herberto Helder e eu que, se quisesse, enlouquecia, por não aguentar a desordem estuporada da vida. era todo o cansaço do mundo e uma rotina de nervos esfrangalhados. man, era a história da minha vida, desastrada e sem rumo, uma tragicomédia em seis actos, na qual eu poderia meter qualquer Dama das Camélias num bolso. hoje, tenho poucas saudades dessa parte de mim que poderia estar toda traduzida num dicionário de metáforas líricas doridas, compiladas ao longo de quase sete anos de little black spot. vai-se ao inferno e volta-se. certo, nunca se pode voltar ao desconhecimento do inferno. seja. o que eu não quero é ser a vida toda uma little trouble girl *. pago contas e tenho que fazer o meu próprio jantar, não há tempo para essas coisas.




* Sonic Youth




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domingo, 14 de dezembro de 2008



sometimes the story of my life comes crashing on my head again #2





há 13 anos, este disco fazia todo o sentido. era uma adolescente plenamente dentro do arquétipo, as cliché as it gets. roupa escura, Doc Martens nos pés, olhos com sombras pretas para disfarçar outras sombras pretas por trás, a angústia da inadaptação generalizada, a fé incondicional nos Doors, na Janis Joplin e nos Nirvana. era o tempo de preparar terreno para a queda urbano-depresiva que se avizinhava, com a descoberta dos Joy Division - ainda hoje, o verso just watching the trees and the leaves as they fall [The Eternal] parece-me a coisa mais brutalmente triste que já ouvi. nessa altura era a Creep dos Radiohead a música da minha vida, emblema que era do quão miserável era a existência quando não se tem qualquer noção de lugar. a chegada de um disco com o nome Mellon Collie and The Infinite Sadness era como uma Anunciação, toda eu desejava ardentemente um disco que justificasse por inteiro a minha tristeza sem fim e sem rumo. mas depois da parvoíce da tristeza sem fim (na altura só conhecia o estado vulgarmente desginado como o estar na merda, não estava ainda familiarizada com essoutro, vindouro, do rock bottom, fifty feet of crap, and then me), quem é que não gostaria de procurar a salvação numa canção?


Believe that life can change
That youre not stuck in vain


Tonight, Tonight



os Smashing Pumpkins traziam-nos a promessa fácil de que havia qualquer coisa a que agarrarmo-nos, embora nunca tenhamos sabido muito bem o que era. o que importava era saber que o inferno da adolescência passaria, que não estaríamos perdidos para sempre, que a vida um dia haveria de dar um salto e haveríamos de crescer e ser coisas diferentes e melhores. eu, a quem a adolescência claramente ainda não passou, que ainda espero que uma canção salve a minha vida, vejo-me como um bichinho numa concha, a olhar o mundo, à espera que algo aconteça. e acontece, quando um bicho semelhante nos olha de súbito do interior de outra concha e, inesperadamente, nos reconhecemos iguais. havia uma canção dos Eels para isto:


One day the world will be ready for you
and wonder how they didn't see


Spunky



não sei, mas isto soa-me qualquer coisa a promessa cumprida. não era, portanto, em vão o lamaçal e o degredo de tanto anos a que penosamente sobrevivemos. estás aí, mundo? estás finalmente a ver-me?






© www.garfield.com





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domingo, 5 de outubro de 2008



lugares mágicos [planos para dominar o outono] #2



Palácio da Regaleira, Sintra
© little black spot




Fundação de Serralves, Porto
© little black spot




© little black spot




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lugares mágicos [planos para dominar o outono] #1


o que eu gosto em Setembro é do limbo: é um mês de passagem, transitório por natureza, tempo de despedidas ou regressos, em que o lento despir do inferno estival se mistura com a preparação ritual da descida aos subterrâneos. os dias curtos, o céu plúmbeo, os casacos mais quentes. aconteceu este ano que, por motivos alheios à minha vontade, não pude dar por Setembro a passar. não pude estar atenta à transformação da terra, à subtil transfiguração da luz, à exacta primeira folha que, amarelecida, caísse aos meus pés. assim, vejo-me subitamente em Outubro, numa casa com quatro varandas, inundada desta luz amadurecida do último trimestre. esta casa tem o cheiro que eu recordo de outras casas da minha infância. mas esta é a casa onde a infância antiga já não tem lugar. foram precisos 29 anos para acolher com expectativa e antecipação a melancoliado outono. esperam-me três meses de tardes à janela, passeios bestiais, dEUS e Sigur Rós e o resto logo se vê. e assim antes do ano novo, se não vem a vida nova, vem pelo menos a mobília.



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sexta-feira, 8 de agosto de 2008



O ponto de vista dos demónios #30


mas que não haja enganos. sou, de nascença, um ser do outono. a vida na terra é emprestada, eu pertenço aos subterrâneos. o meu demónio dorme, mas não me deixa. sinto o seu bafo quente no meu pescoço. a sua respiração soa compassada com a minha. rejubilo pela liberdade temporária do verão, pelo sabor do sal e das algas na boca ao primeiro mergulho no mar, mas continuo a carregar por dentro o fruto saturnino e as pequenas mortes. é certo que há uma intacta ferida, que sangra suspensa. é certo que me encosto sempre ao lado errado da noite. é certo que regressarei às sombras, ao submundo. mas não hoje.





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quarta-feira, 2 de julho de 2008



complexo de Perséfone


ou como ter a mania de que se pode ir ao inferno e voltar. na verdade, não deve haver nada de extraordinário no facto de um moribundo subitamente ensaiar um gesto de despedida, fazer um último aceno, um esgar que seja, antes de partir deste mundo. não haverá, portanto, nada de místico em saber (ou pressupor) que se vai morrer. os orgãos falham e os sentidos vão-se, o corpo fala e nós ouvimos. é fácil: (mais coisa menos coisa) primeiro o coração dá sinal; hesita, acelera, atrapalha-se, anuncia a retirada. depois o estômago encarrega-se de trazer o inferno à boca (o que facilmente se confundirá com a probabilidade de um vómito). o primeiro sentido a ir-se é a audição. a cabeça dentro de um ovo opressor, à sua volta o mundo afasta-se e roda, roda, roda. no rodopio, vai-se o equilíbrio. do que se segue, nada se sabe. então das duas uma: ou se recobra, ou não se recobra. a diferença está na possibilidade de continuidade daqueles a quem a consciência falhou, mas é ágil no regresso. em qualquer dos casos, um súbito nada devorador engole tudo sem deixar qualquer vestígio. caso para dizer, brincando com os limites do corpo, só há consciência da queda para aqueles que se levantam.

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quinta-feira, 27 de setembro de 2007



All dressed up and nowhere to go


enquanto tu avanças, eu sou a que regressa sempre aos lugares antigos. por estes dias, entretenho-me a desejar que construas templos e palácios aos meus pés. enquanto tu não me felicitas sequer pela chegada do outono.





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segunda-feira, 17 de setembro de 2007



fruto saturnino




quando Setembro chega, a polpa dos meus dedos adquire a súbita coloração das romãs. como um signo interno reconhecido: é altura de recolher a uma condição subterrânea. a terra também se faz das pequenas mortes. lembro-me que é sempre no outono que a memória evoca os lugares da infância. eu serei o que puder dizer que lembro de mim. da familiaridade se constrói a escrita. há um lugar em mim onde é sempre Novembro de folhas caídas. nalgum lugar em mim há gente espalhada pela casa, livros novos embrulhados em papel colorido, e cheira a castanhas assadas e madressilvas no caminho.



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terça-feira, 3 de julho de 2007



Sew in love





há, em mim, um doce e ácido fruto saturnino.



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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


*

calamity.spot[at]gmail.com



~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


maio 2003 . junho 2003 . julho 2003 . agosto 2003 . setembro 2003 . outubro 2003 . novembro 2003 . dezembro 2003 . janeiro 2004 . fevereiro 2004 . março 2004 . abril 2004 . maio 2004 . junho 2004 . julho 2004 . agosto 2004 . setembro 2004 . outubro 2004 . novembro 2004 . dezembro 2004 . janeiro 2005 . fevereiro 2005 . março 2005 . abril 2005 . maio 2005 . junho 2005 . julho 2005 . agosto 2005 . setembro 2005 . outubro 2005 . novembro 2005 . dezembro 2005 . janeiro 2006 . fevereiro 2006 . março 2006 . abril 2006 . maio 2006 . junho 2006 . julho 2006 . agosto 2006 . setembro 2006 . outubro 2006 . novembro 2006 . dezembro 2006 . janeiro 2007 . fevereiro 2007 . março 2007 . abril 2007 . maio 2007 . junho 2007 . julho 2007 . agosto 2007 . setembro 2007 . outubro 2007 . novembro 2007 . dezembro 2007 . janeiro 2008 . fevereiro 2008 . março 2008 . abril 2008 . maio 2008 . junho 2008 . julho 2008 . agosto 2008 . setembro 2008 . outubro 2008 . novembro 2008 . dezembro 2008 . janeiro 2009 . fevereiro 2009 . março 2009 . abril 2009 . maio 2009 . junho 2009 . julho 2009 . agosto 2009 . setembro 2009 . outubro 2009 . novembro 2009 . dezembro 2009 . janeiro 2010 . fevereiro 2010 . março 2010 . maio 2010 . junho 2010 . julho 2010 . agosto 2010 . outubro 2010 . novembro 2010 . dezembro 2010 . janeiro 2011 . fevereiro 2011 . março 2011 . abril 2011 . maio 2011 . junho 2011 . julho 2011 . agosto 2011 . setembro 2011 . outubro 2011 . janeiro 2012 . fevereiro 2012 . março 2012 . abril 2012 . maio 2012 . junho 2012 . setembro 2012 . novembro 2012 . dezembro 2012 . janeiro 2013 . janeiro 2014 . julho 2015 .


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~*. spying glass .*~


a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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~*. the bell jar .*~



os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


egosfera: a infância . a minha vida dava um post . afirmações identitárias . a troubled cure for a troubled mind . april was the cruellest month . aquele canto escuro que tudo sabe . as coisas que me passam pela cabeça . fruto saturnino (conhecimento do inferno) . gotham style . mafarricar por aí . Mafia . morto amado nunca mais pára de morrer . o exílio e o reino . os diálogos imaginários . os infernos almofadados . RE: de mail . sina de mulher de bandido . the woman who could not live with her faulty heart . um lugar onde pousar a cabeça   .  correio sentimental


scriptorium: (des)considerações sobre arte . a noite . and death shall have no dominion . angularidades . bicho escala-estantes . do frio . do medo . escrever . exercícios . exercícios de anatomia . exercícios de respiração . exercícios de sobrevivência . Ítaca . lunário . mediterrânica . minimal . parágrafos mínimos . poemas . poemas mínimos . substâncias . teses, tratados e outras elocubrações quase científicas  .  um rumor no arvoredo


grandes amores: a thing of beauty is a joy forever . grandes amores . abraços . Afta . árvores . cat powa . colectânea de explicações avulsas da língua portuguesa  .  declaração de amor a um objecto . declaração de amor a uma cidade . desolação magnífica . divas e heróis . down the rabbit hole . drogas duras . drogas leves . esqueletos no armário . filmes . fotografia . geometrias . heart of darkness . ilustraçãoinício . matéria solar . mitologias . o mar . os livros . pintura . poesia . sol nascente . space is the place . the creatures inside my head . Twin Peaks . us people are just poems . verão  .  you're the night, Lilah


do quotidiano: achados imperdíveis . acidentes quotidianos e outros desastres . blogspotting . carpe diem . celebrações . declarações de emergência . diz que é uma espécie de portfolio . férias  .  greves, renúncias e outras rebeliões . isto anda tudo ligado . livro de reclamações . moleskine de viagem . níveis mínimos de suporte de vida . o existencialismo é um humanismo . só estão bem a fazer pouco


nomes: Aimee Mann . Al Berto . Albert Camus . Ana Teresa Pereira  . Bauhaus . Bismarck . Björk . Bond, James Bond . Camille Claudel . Carlos de Oliveira . Corto Maltese . Edvard Munch . Enki Bilal . Fight Club . Fiona Apple . Garfield . Giacometti . Indiana Jones . Jeff Buckley  .  Kavafis . Klimt . Kurt Halsey . Louise Bourgeois . Malcolm Lowry . Manuel de Freitas . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Max Payne . Mia Couto . Monty Python . Nick Drake . Patrick Wolf  .  Sophia de Mello Breyner Andresen . Sylvia Plath . Tarantino . The National . Tim Burton


os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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...it's full of stars...


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