é tarde. e eu tenho medo destas horas nocturnas, juro que tenho. adio o mais possível o sono, até que me vença sem restrições, para que sucumba onde não tenha lugar para o pensamento. tenho medo do pensamento nocutrno. sou eu não sendo eu. mesmo agora, o que escrevo não sou eu. é o canto escuro que tudo sabe a olhar a para mim. é estar na margem do abismo de mim mesma, onde tudo me precipita para o que não devo, o que não posso. tenho uma existência insuficiente para tanto aperto. sob o sol, conheço o sossego. no silêncio azul-negro da noite, enche-se-me o quarto de incertezas que ardem como sal na ferida. espero o dia. movo-me e resisto. sou só eu contra os infernos de minha própria criação. algum sossego há-de chegar com a manhã. talvez ame o deserto pela vontade de me impregnar de sol excessivo que dure e baste e para estas travessias. forço-me aos corredores da insónia, que não me aceitam, que me castigam depois com o cansaço durante o dia. é tarde e algo em mim tilinta e estremece. é um lugar estranho, a noite.
Minha pedra de peito
onde mordo onde morro
onde estás morto
movo-te.
[P.]
Etiquetas: a noite, amigos, aquele canto escuro que tudo sabe, do medo, miles to go before i sleep, o ponto de vista dos demónios, os infernos almofadados, retalhos e recortes
posted by saturnine | 01:13 |
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