continuamente, escuta, me destruo
e as longas águas sem sossego fogem
e os ossos de dezembro coincidem
e são do inverno estas metamorfoses
não falarei da vida porque a ida
perdidamente triste se sustenta
de surdos pensamentos e desastres
e devagar a luz se lhe estrangula
sempre assim foi esta periferia
da escrita a desfazer-se e é no inverno
que nos olhamos com ferocidade
antes que o tempo devore outros discursos
Vasco Graça Moura | in O mês de Dezembro e outros poemas
posted by saturnine | 19:53 |
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