quarta-feira, 31 de março de 2004




:: inextricabilis ::


crescer realmente deixa marcas que, ironicamente, nos tornam irreconhecíveis à distância. olhar para trás e não entender como ali, naquele lugar marcado com um X estivemos nós e os nossos pés, ora assentes sobre o chão, ora descansando sobre cinzas. mas é essencial essa distância, essa medida de tempo, que nos leva ao topo da montanha que por dentro escalamos, para ver uma prometida manhã azul, à nossa espera desde o início da existência.



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:: inesperadamente ::


encontrei uma coisa que deixei dispersa por aí. não me apercebera que já na altura era dada a estas coisas.

«As minhas palavras dão nomes às coisas que vejo. E os meus olhos são muito tendenciosos, porque geralmente viram-se para dentro.»

Junho de 2001



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terça-feira, 30 de março de 2004




:: explicação da chuva ::


inexplicavelmente veio a chuva. e inexplicavelmente digo porque as previsões não assentam na matéria dos meus dias, porque não são à medida dos meus sonhos os assombros meteorológicos. agora estão as janelas coloridas de cinzento, acredito que se pode ouvir o vento a bater nas vidraças, e a falta de qualquer coisa novamente assoma, como sempre acontece quando o olhar enegrece e as sombras emergem de dentro das pálpebras. é o peso excessivo das horas sobre o corpo, e custa mais olhar para cima se o céu está escuro e a tarde imprecisa. mesmo para os livros é um tempo desajustado, se há que sair para a rua, enfrentar os pingos sobre os pulsos, a estrada absorta numa quieta melancolia de luzes.



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segunda-feira, 29 de março de 2004




:: além disso ::


além disso, no centro da cidade há uma rotunda com relva verde, onde há vários dias andam a florir tulipas e amores-perfeitos. Paula, havias de ver este pedaço de jardim, o teu nome escrito por todo o lado. *



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:: springtime ::



já escorrem os cachos de glicínias pelo muro. o perfume à entrada da casa assegura-me que fiz um bom regresso.
agora sim, já acredito que é primavera.




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sábado, 27 de março de 2004




:: os caminhos da água e do corpo sobre a terra* ::


As casas do corpo e da paisagem


* Alberto Carneiro


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«O trabalho de Alberto Carneiro é o resultado de uma experiência pessoal de relacionamento de um artista com a natureza, nos termos em que ele a vive e entende, enquanto geradora de uma reflexão mais geral e de um processo de produção especificamente artístico, estético, se quiserem, de que acaba por resultar aquilo que nos é proposto e que nos habituámos a designar como sendo obras de arte. A mediação conceptual e estética faz com que as obras possam atingir um nível de generalidade suficiente para nos interpelarem, a cada um de nós, e a mim, em particular, no caso deste texto, de um modo também pessoal. Por isso me sinto autorizado a introduzir algumas deambulações preambulares que dão conta das minhas próprias experiências e questionamentos pessoais para os quais o trabalho de Alberto Carneiro tem constituído um interlocutor privilegiado, ou talvez melhor, na ocorrência, um inspirado companheiro de viagem.»



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:: mar vermelho? ::




foi assim, chegar à praia.



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:: can you change your whole life in one day? ::




«todos os homens deveriam, pelo menos uma vez na vida, visitar o deserto.
dirigir-se até ao meio do nada.
aí, no silêncio, encontrar a paz.»



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sexta-feira, 26 de março de 2004




:: bem a propósito ::



© www.garfield.com



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:: my mind is going * :





quando era criança, esta era uma imagem dominante no meu imaginário. demasiado nova para compreender o intricado enredo do 2001 Odisseia no Espaço (por vezes acho que ainda o sou), só me recordo dos diálogos entre o meu pai e a minha mãe, e qualquer coisa que se assemelhava a uma conclusão: O HAL enlouqueceu. foi o computador que o matou. e depois aquela coisa extraordinariamente bela, a valsa no espaço, capaz de nos comover até às lágrimas e afastar por si só qualquer necessidade de compreensão. presumo que deva ser assim, no silêncio do espaço. qualquer coisa como dizia o Major Tom, planet Earth is blue and there's nothing I can do.


* I can feel it, Dave, I can feel it...


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site detalhado sobre o filme, com galeria de imagens e de sons, screenplay e dissertação explicativa sobre o seu significado:
2001: a Space Odyssey internet resource archive

site documentário bastante completo sobre o célebre HAL 9000 e o seu legado:
HAL's Legacy online




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quinta-feira, 25 de março de 2004




:: alegria de viver ::



Henri Matisse | Bonheur de Vivre


há dias assim, de inexplicável plenitude. apesar do sol que é pouco e do vento que é frio, em todas as coisas alegremente pousa um brilho de dia renovado. estar aqui, e todas as coisas serem felizmente imperfeitas, haver a música e os lugares cheios de árvores, a noite escura e o universo misterioso, os amigos, as vozes, as promessas, as praias sonhadas, os livros que aguardam, os gatos, os girassóis, o barulho da água, as maravilhosas pinturas de cores vivas, tudo o que nem sei dizer, que me faz insuflar o peito como uma bolha enquanto penso nas histórias da infância e num lugar pacífico para além delas, what a wonderful world.



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posted by saturnine | 14:41 |


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:: instante ::


ao lado da fotografia, uma jarrinha translúcida com miosótis. minúsculas coroas azuis pontilhando o sorriso, que agora recordo. como se os pequenos gestos repetidos pudessem enganar a memória ou o medo, iniciar-me na primavera como se pedisse: não-me-esqueças.



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:: ó Ana, anda cá ver isto! ::



M8 - Lagoon Nebula - Sagittarius


descobri este site porreiro, o Astrocruise, que rivaliza com o Astropix. não é que antes eu não soubesse da presença deste maravilhoso firmamento, é só que a proximidade (relativa) do verão me fez novamente levantar a cabeça para o céu. :)



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:: magic in the dark ::


«A sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic.»

Sir Arthur C. Clarke


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era possivelmente a isto que me referia, ou a qualquer coisa semelhante, quando falava da poesia do limite extremo da ciência. aquilo que não compreendo, por essência, parecer-me-á mágico e espantoso. foi assim desde o tempo dos mitos primordiais. não deixa de ser ironicamente curioso, however, que seja nas nossas limitações, numa certa forma de ingorância, que reside a nossa maior capacidade de nos maravilharmos e comovermos.


Orion | As Pleiades




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posted by saturnine | 12:09 |


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:: moderato cantabile, por exemplo ::


há meses inteiros - como se não tivesse havido entretanto senão inverno - sonho com a Avenida Atlântica, com as praias desertas, com o destino dos caminhantes silênciosos nas noites perfumadas de sal, com uma mulher que caminha rumo ao cais e um navio possivelmente ancorado ao largo, em majestosa indiferença, depois um rosto de pedra com o olhar fixo no vazio, as pálpebras carregadas de sombras e o peito ardendo com qualquer coisa que se move por dentro, destrutiva, mas acima disso tudo a cadência das palavras, o ritmo exacto, a medida justa dos silêncios, o amor em carne viva riscado a negro sobre as páginas, a memória do azul mais esplêndido que conheci, esse das viagens pela estrada que arde rumo a um lugar qulquer ao pé da água, próprio para o amor ou para a poesia.



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:: the space odyssey explained ::


se tiverem uns minutos disponíveis para se sentarem e aproveitarem a viagem, então visitem este site. é uma espécie de '2001 - Odisseia no Espaço para miúdos', mas é um conceito interessante e vale a pena, especialmente para quem ainda não leu o livro.

não sei há quanto tempo foi, senti-me próxima desse objecto negro - o monólito - tomei-o como parte de mim, pelo mistério e pela silêncio, pelo desconhecimento e pelo medo, até perceber que estava tudo errado, que antes de qualquer outra coisa ele estava era cheio de estrelas.






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posted by saturnine | 11:54 |


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:: porque ::


porque as heras já florescem rente aos muros
porque as sombras se obliquam sobre o chão
porque o ar levemente perfumado
indica que estão próximos os dias
das casas brancas de janelas abertas para o mar
dos finais de tarde no silêncio das varandas
uma memória ténue do odor das magnólias
pode ser que seja Duras
o livro pousado sobre o colo
uma já certeza de verão
mesmo se o vento ainda sopra frio nos caminhos.



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quarta-feira, 24 de março de 2004




:: this is Major Tom to ground control ::


não consigo deixar de pensar nisto. desde que me pus a pensar que olhar para o escuro do firmamento, no silêncio das estrelas, é olhar para o passado e auscultar a história do lugar de onde viemos, ando assombrada. como é natural que um pequeno ponto de ténue existência se assombre com algo tão esmagadoramente maior. resta a ficção científica, para acalentar a esperança de que de facto há poesia na procura da compreensão. desvendar os mistérios do universo, a pouco e pouco, não será também desvendar a matéria de que somos feitos? àtomos à parte?



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:: across the universe #2 ::






o universo em expansão perpétua? ou caminhamos lentamente para o Big Crunch? Albert Einstein utilizou o termo "constante cosmológica" para representar a possibilidade de mesmo o espaço vazio possuir energia e sofrer a influência da gravidade. tal como outros astrónomos da época, ele acreditava que o universo era estático, e que portanto haveria uma força repulsiva do espaço que manteria o universo em equilíbrio. mas o universo não é estático. pulsa e move-se. a força da gravidade força o espaço a contrair-se. a matéria em crescimento no universo força-o o expandir-se. daí que se diga que o universo 'pulsa', num efeito de acordeão. *
mas a matéria 'visível' não seria de todo suficiente para manter o universo em expansão. daí se ter concluído que este é essencialmente constituído pela chamada "matéria negra" ou "energia negra", que induz a aceleração do universo. será então que tendemos para um Big Rip - uma expansão tão violenta que conduziria, literalmente, à desintegração da matéria? seja como for, parece que não temos que nos preocupar com isso nos próximos 30 biliões de anos. e novamente, não deixa de ser assombrosamente poético pensar numa misteriosa força 'negra' age repulsivamente sobre o espaço. quanto mais não seja, apela ao imaginário. vem-me logo à ideia a Star Wars. do not underestimate the power of the Dark Side. B) acho que vou ler Arthur C. Clarke.





* The pull of gravity and the push of dark energy have been trying to outmuscle each other since the beginning of time.



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terça-feira, 23 de março de 2004



:: across the universe #1 ::





o Sol. tomado como certo que estará presente nas nossas vidas, dia após dia. tão certo como o sol nascer amanhã. uma estrela de modestas dimensões suspenso no negro silêncio do universo, ainda assim milhares de vezes maior do que o ponto azul claro em que habitamos, inflamando-o de um sopro de vida extraordinário, cheio de implicações poéticas e metafísicas.
mas, como tudo o que é vivo - e um universo que pulsa, que se move em alternada expansão e contracção, não será a última coisa viva por excelência? - não existirá para sempre, e o seu destino será este.
quando o Sol esgotar a sua fonte de energia nuclear, o seu combustível, o núcleo colapsará e a sua matéria começará a implodir, conduzindo a um dos mais violentos eventos conhecidos no Cosmos: a explosão que dá origem a uma supernova *. ainda faltam alguns biliões de anos até à morte da nossa estrela, é certo, e não é sequer possível prever se haverá então vida na Terra que se extinga com o seu desaparecimento. no entanto, é assombroso pensar nisso. no limite onde a ciência procura explicar (compreender) tudo em termos físicos, não será ainda assim onde a poesia é mais brutalmente extasiante?


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* Every 50 years or so, a massive star in our galaxy blows itself apart so violently that it burns as bright as ten billion suns.



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segunda-feira, 22 de março de 2004



:: all time favourites ::


parece um paradoxo, mas não é. talvez paradoxo seja termo exagerado. não será talvez muito comum misturar-se a poesia com os jogos de acção. mas assim sou eu, dual, múltipla, polifacetada como a opala, e a paixão que sinto pelas coisas mais díspares ainda assim é sempre a mesma. mania esta, de me explicar!



HALF LIFE


1998

no Half-Life, assume-se o papel de Gordon Freeman, um cientista inocente que é apanhado no meio de uma experiência governamental que corre tragicamente mal, impestando o Black Mesa Research Facility de monstros e criaturas extra-terrestres. felizmente, o governo envia os fuzileiros. infelizmente, eles chegam com a missão de aniquilar tudo, incluíndo Freeman.

Planet Half-Life


é dos jogos mais bem construídos que conheço. prima pelo realismo, pela sequência lógica de eventos, pela disposição verosímil dos items de interacção com o ambiente. além do mais, possui um enredo denso que suplanta a linearidade da maioria dos jogos de acção da mesma altura, e que nos fornece um leque variado de situações de jogo muito diferentes umas das outras, no decorrer da acção. é um jogo muito rico, muito completo, e bem estruturado. gosto dos gráficos, gosto das personagens secundárias, gosto do constante inesperado a provocar arrepios na espinha, gosto das expansões que se lhe seguiram. sem dúvida alguma, pemanece o favorito dos favoritos. ainda por cima vem aí o Half-Life 2, já em Abril. com curiosidade, aguardo para ver se manterá o nível e não desiludirá.

The Official Half Life Web Site



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UNREAL / UNREAL TOURNAMENT


1998 / 1999

do Unreal poderia dizer o mesmo que do Half-Life. não é preciso alongar-me muito. jogo com um bom enredo, com bons cenários, e com uma ambiência obscura muito muito boa onda. caso para dizer que, neste jogo, me sinto envolvida. que me esqueço do resto do mundo à minha volta e o meu coração palpita de medo e ansiedade a cada psso que dou. não cheguei ao fim porque veio entretanto o Unreal Tournament. cativante, estimulante, de manter a adrenalina em níveis elevados, muito depressa se tornou o mutliplayer de eleição. gosto da aparência das personagens, dos comentários sarcásticos que fazem a cada momento, dos mapas muito muito bem construídos, do rimto de jogo que obriga a manter os sentidos alerta. não há nada que se lhe compare. o Quake 3 Arena, graicamente soberbo, mesmo assim é um tédio comparado com o UT.
depois vieram o Unreal II e o UT 2003, e ainda vais chegar em Abril o UT 2K4. não posso dizer que isto me anime. joguei as demos das duas primeiras sequelas e fiquei desiludida. está tudo excessivamente americanizado, é só o que me ocorre. gajos com ar de grunhos, com vozes irreiais de grunhos, com corpos desmesuradamente musculados de grunhos, com armaduras pirosamente adornadas de grunhos. a sério, que falta de gosto. Unreal Tournament , para mim, será sempre o clássico.

Planet Unreal
Unreal Tournament Official




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:: das mulheres, do despeito e da música :


isto veio tudo a propósito de uma já antiga conversa. a Ana deu o mote num parágrafo sobre esta música. chamemos-lhe a crème de la crème das letras bonitas e violentas de gajas despeitadas (expressão forte, esta). havia que prosseguir com o tema, lembrei-me eu de três exemplos em catadupa. façamos um parêntesis ao jazz, por enquanto:




You got your game, made your shot
And you got away
With a lot, but I'm not turned-on
So put away that meat you're selling

'Cause I do know what's good for me
And I've done what I could for you
But you're not benefiting, and yet I'm sitting
Singing again, sing, sing again

How can I deal with this, if he won't get with this
Am I gonna heal from this, he won't admit to it
Nothing to figure out, I got to get him out
It's time the truth was out that he don't give a shit about me

Fiona Apple | Get Gone






And it's your heart,
That's so wrong,
Mistaken,
You'll never know,
Your feathered sacred self.

But you can't deny how I feel,
And you can't decide for me.

Postishead | Elysium






You think you're denying me of something
Well I've got plenty
You're the one who's missing out
But you won't notice
'Til after five years
If you'll live that long
You'll wake up
All loveless

I dare you
To take me on

Björk | 5 years



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também estas vozes se levantam, aqui e ali, como se emersas de um canto escuro da noite, ora próximas da ferida, do peito que dói, ora próximas do bálsamo que sossega o ardor, da mão invisível que nos conduz à claridade do dia. aparecem e assombram e depois não se pode fazer mais nada durante toda a noite, durante noites a fio, senão permanecer no silêncio e aguardar que recomecem o seu encanto.





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:: acredita-me ::

se durmo sozinha preciso sempre dos dois edredons.



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:: lugares-comuns ::


da infância restam-me algumas memórias mais fortes que as outras, pedaços de crescimento dispersos, como o pesadelo recorrente da queda, o silêncio dos jogos solitários, a dúvida se teria sido adoptada. coisas de criança. claro que hoje em dia, se encontro alguém na rua que se surpreende de me ver mulher feita e não hesita no previsível «ah, mas é a cara chapada da mãe!», já não é possível duvidar. isto pode querer dizer duas coisas: evidência de que efectivamente cresci, e já não há (tanto) espaço para inquietações mirabolantes; ou então simplesmente que tudo aquilo que penso me surge como matéria potencial para blogar. seria caso para dizer, recorrendo ao lugar-comum, a minha vida dava um post.



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:: pergunta inesperada ::

para quem não tem a virtude da paciência, qual será a dimensão do sobressalto?



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domingo, 21 de março de 2004




:: i adore back of necks beautifully shaven * ::

percebo porque é que todos os homens devem usar o cabelo curto. não é uma mera convenção cultural. é uma subtilíssima afirmação estética, uma quase imperceptível ostentação da libido. que outra forma tão perfeita, senão a curvatura de um pescoço masculino, exibindo gloriosamente a nudez imperturbável da pele mais próxima do arrepio, que melhor chamamento irresistível para o tacto? um pescoço assim desnudado reclama a urgência de um beijo.


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* gives me [always]
a pretty rush down my spine


Björk | My Spine






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:: eu não chegaria a tanto ::


não diria que viver todos os dias cansa. diria apenas que custa bastante pensar todos os dias no que fazer para o jantar.



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:: and the Bloscar goes to... ::


é verdade. andam aí os Bloscares. o ano passado, estava recém-chegada à blogoesfera quando soube do evento. achei giro. aliás, achei mesmo giro. este ano acrescenta-se ao evento uma mais-valia: o Divulgador Superior da Comissão Organizadora de Eventos Origem do Amor, SA, que se tem mantido ocupado a fornecer as mais recentes actualizações, incluindo entrevistas com os nomeados, com todo o destaque que o evento merece. a visitar. :)



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:: alegria pelo dia de hoje #3 ::


When you start on your journey to Ithaca,
then pray that the road is long,
full of adventure, full of knowledge.
Do not fear the Lestrygonians
and the Cyclopes and the angry Poseidon.
You will never meet such as these on your path,
if your thoughts remain lofty, if a fine
emotion touches your body and your spirit.
You will never meet the Lestrygonians,
the Cyclopes and the fierce Poseidon,
if you do not carry them within your soul,
if your soul does not raise them up before you.





Then pray that the road is long.
That the summer mornings are many,
that you will enter ports seen for the first time
with such pleasure, with such joy!
Stop at Phoenician markets,
and purchase fine merchandise,
mother-of-pearl and corals, amber and ebony,
and pleasurable perfumes as you can;
visit hosts of Egyptian cities,
to learn and learn from those who have knowledge.

Always keep Ithaca fixed in your mind.
To arrive there is your ultimate goal.
But do not hurry the voyage at all.
It is better to let it last for long years;
and even to anchor at the isle when you are old,
rich with all that you have gained all the way,
not expecting that Ithaca will offer you riches.

Ithaca has given you the beautiful voyage.
Without her you would have never taken the road.
But she has nothing more to give you.

And if you find her poor, Ithaca has not defrauded you.
With the great wisdom you have gained, with so much experience,
you must surely have understood what Ithacas mean.


Ithaca | Konstandinos Kavafis

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:: alegria pelo dia de hoje #2 ::


É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz o ninho no rolar da fúria
E voa firme e certa como bala

As suas asas empresta à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas
Sobre os abismos passa e vai em frente

Ela não busca a rocha o cabo o cais
Mas faz da insegurança a sua força
E do risco de morrer seu alimento

Por isso me parece a imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo.


Procelária | Sophia de Mello Breyner Andresen



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:: alegria pelo dia de hoje ::


Aqui despi meu vestido de exílio
E sacudi de meus passos a poeira do desencontro


Acaia | Sophia de Mello Bryner Andresen


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pelo Dia Mundial da Poesia. aquele que poderia ser o meu poema preferido, se o houvesse.




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sábado, 20 de março de 2004



LA PRIMAVERA #2




La Primavera | Giuseppe Arcimboldo


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veja as outras estações.
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LA PRIMAVERA



La Primavera (seguido de detalhe) | Sandro Botticelli



este quadro, juntamente com o Nascimento de Venus, representa o mais significativo trabalho do pintor florentino, a cago da família dos Medici. a abordagem da mitologia aqui não se faz no sentido de um tipo Ovidiesco, mas antes, numa expressão que encorpora as ideias morais e metafísicas Neoplatónicas que dominavam então os círculos dos Medici, no período áureo do Renascimento.
alguns autores consideram estes trabalhos como 'pura poesia visual', e que representam a quintessência do trabalho de Botticelli, pela negação deliberada da construção racional do espaço, que confere às figuras a liberdade de
flutuarem no plano anterior do quadro numa estética mais simbólica que representativa.



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:: here come the blue skies, here comes spring time ::





* when the rivers run high
and the tears run dry
when everything that dies
shall rise. *


The The | Love is stronger than death



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:: já falta pouco ::





às 6h49 de hoje, o Sol passará pelo equador celeste, para continuar a subir para norte. finalmente o equinócio da primavera. o dia de hoje terá uma duração exactamente igual à da noite, sinal evidente de que o equilíbrio está próximo, e que as noites serão mais perfumadas quando a tarde se esvair em azul pleno de luminosidade limpa.
às 6h49 de hoje ― e falta tão pouco ― abrir-se-ão as portas de um reino de sol há muito prometido, na terra celebrar-se-á a harmonia entre as coisas vivas e as feridas cobrir-se-ão de bálsamos, porque não pode haver dor no momento preciso em que Perséfone se evade dos subterrâneos.



Perséfone


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o observatório



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sexta-feira, 19 de março de 2004




:: exercício #10 ::


perceber que, se me escrevo, me transponho em negativo, não sou eu aqui, mas a minha sombra decalcada sobre a pele. aquela que sou aqui em alguma coisa se assemelha a mim, mas falta-lhe a totalidade do que sou quando vou por março dentro à procura do solstício. é difícil distinguir o corpo das palavras quando não se tem a medida de um olhar, de um sorriso, de um gesto gracioso como o de Agnès. mesmo assim, saber que a escrita são as margens insuperáveis do desconhecimento, por isso mesmo não presumir, não julgar, aquietar a pergunta no sono da incerteza. saber, acima de tudo, que o negro traço da palavra riscada não significa o negro contorno dos olhos.



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:: medo do medo do medo ::


parte I

foi o Luís que me fez regressar a este tema. o medo do medo. aquilo que, mais que qualquer coisa, arruina um sorriso, mesmo num dia de sol.
consideremos o medo como um castelo perdido no meio da floresta, embrenhado na noite negra; no seu interior sucedem-se labirínticos corredores, caminhamos entre paredes na total escuridão qual minotauro exilado da sua própria humanidade. o medo do medo é o coração do abismo. é o olhar para o centro do vazio até que o vazio começa também a olhar para dentro de nós. não é só, mas essencialmente, pelas metáforas que esta ideia me fascina. saber que assim o inferno afinal somos nós, e pior que isso, que o trazemos por dentro, à medida da nossa própria invenção. mesmo assim, ostentar as feridas depois de secas pelo sol, encontrar abrigo nessa luz renovada que é própria do verão, saber que há sempre, para contrapor a todo o escuro que existe, um excesso de luz próximo do silêncio, do sossego.



parte II




estes poderiam os livros da minha vida, ou melhor, do meu crescimento, quando as dores se moveram das pernas pequeninas para o peito apertado. o nome, e depois a afectividade evocada, recolhe a substância mais exacta de um certo quarto escuro dentro de mim que me olha e tudo sabe, que está adomercido, mas presente. não me envergonho deste fascínio pelas olheiras, pela evidência em mim de que uma noite longa e funda tatuou o meu corpo das marcas indeléveis da insónia que, à força de manter os olhos abertos, me ensinou a ver.



parte III



Bauhaus | In fear of fear

You fear the lesson
And fear to walk
And fear to pass on
Your fear to talk

The teacher was feared
Your parents too
Then you became
The fear of you

Fear

Look to yourself
Climb over the wall
And see behind
That you're not so small
Then you won't blame fear
When competing's too much
As you fall on your back
As you fail to touch

Fear

And I say to you
When your fear is strong
When you fear your life
Then your fear is wrong
Set free your past
So shredding the skin
Then you won't fear
The fear of sin

Fear




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:: do silêncio ao fundo ::


são as sombras que flutuam como pássaros
pelo fundo dos teus olhos
e a noite principia
no círculo negro que encerram

estar assim no silêncio da incerteza
a única forma possível para o amor
desconhecer
― mesmo assim tactear ―
que perigos se escondem
no escuro das profundezas.



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:: retalhos e recortes #13 ::
__sobre a água__


A água

Vinham de longe. Via-se que estavam perdidos. Eram estrangeiros até no modo de olhar as aves que a essa hora regressavam dos açudes. E tinham sede. Mas todos temos cedo quando perdemos o caminho de casa.


um pouco mais de sul



águas de março

tanto faz se chuva fina
temporal ou mar
de lágrimas.


tábua de marés



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:: retalhos e recortes #12 ::


não resisto. sou uma surripiadora de poemas. ontem, descobri o Juan Gelman graças ao Epicentro. hoje, encontrei este poema (às minhas memórias necessário) à janela:



Beyond all this, the wish to be alone:
However the sky grows dark with invitation-cards
However we follow the printed directions of sex
However the family is photographed under the flag-staff -
Beyond all this, the wish to be alone.

Beneath it all, the desire for oblivion runs:
Despite the artful tensions of the calendar,
The life insurance, the tabled fertility rites,
The costly aversion of the eyes away from death -
Beneath it all, the desire for oblivion runs.


Philip Larkin



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quinta-feira, 18 de março de 2004




:: dos ciclos ::


a única coisa que me assusta na minha condição é o tempo desperdiçado, pela escassez das horas diurnas. a noite precipita-se demasiado cedo, invade implacável o tempo que eu teria guardado para me diluir no azul da tarde. fazem-me falta as horas de sol tardias de agosto.
não poderia, em boa verdade, afirmar-me noctívaga porque, a sê-lo, seria apenas durante meio ano. no tempo restante sou qual lagarto, não vivo senão na sede de excesso de luz.
haverá em mim então uma Perséfone que desce à escuridão das sombras apenas porque sabe que pode regressar aos luminosos dias longos. já não acredito, como antes, que depois de conhecido o inferno as viagens se tornam cada vez mais longas e frequentes, até que um dia se fica lá para sempre; só metade de nós pode ser feita à medida do horror.



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:: do esquecimento ::


Escribo en el olvido
en cada fuego de la noche
cada rostro de ti.
Hay una piedra entonces
donde te acuesto mía,
ninguno la conoce,
he fundado pueblos en tu dulzura,
he sufrido esas cosas,
eres fuera de mí,
me perteneces extranjera.

Juan Gelman | Escribo en el olvido...



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:: do ofício da escrita ::


Entre tantos oficios ejerzo éste que no es mío,

como un amo implacable
me obliga a trabajar de día, de noche,
con dolor, con amor,
bajo la lluvia, en la catástrofe,
cuando se abren los brazos de la ternura o del, alma,
cuando la enfermedad hunde las manos.

A este oficio me obligan los dolores ajenos,
las lágrimas, los pañuelos saludadores,
las promesas en medio del otoño o del fuego,
los besos del encuentro, los besos del adiós,
todo me obliga a trabajar con las palabras, con la sangre.

Nunca fui el dueño de mis cenizas, mis versos,
rostros oscuros los escriben como tirar contra la muerte.


(Velorio del solo)

Juan Gelman | Arte Poética



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:: lugares ::


«Sabe-se muito pouco sobre como tudo isto aconteceu, mas sente-se que na própria alma se foi inscrevendo o código e a febre de certos sítios. *Poderíamos, pois, chamar feridas a estes lugares que resultaram do esforçado labor dos expulsos do paraíso. (...)
Porque mal nascemos, recolhe-nos este ar empestado de turvas memórias. Ar espesso na sua absorvente inteligência inventada pelos mestres feitieiros. É que sabemos logo que não é para nós a água do aqueduto. E que não é por causa do nosso medo o castelo altivo. Que estas praias são impraticáveis e que a rua é por causa da igreja. E que estas lgoas não aceitam as nossas mãos nem se dão à nossa sede. Que as margens são intransponíveis. Que talvez nos reste apenas o cemitério com a sua democrática voracidade e alumas árvores crescendo entre a terra e o céu. (...)»



Manuel Hermínio Monteiro | Sonhos em febre
abrindo o quinto capítulo de Lua Negra, de Terry Morgan





A Praia


O Castelo


O Cemitério


é estranho, este livro. deliciosamente estranho. talvez pela referência à infância, às doridas memórias do crescimento, faz-me sempre evocar Alice no País das Maravilhas. o mundo desordenado, os lugares onde nada do que conhecemos pertence ou encaixa. não será tão estranhamente que tem muito a ver comigo. o olhar sombrio, as noites longas cravadas sob as pálpebras, as memórias do medo e dos pesadelos que me faziam acordar quando ainda era escuro para perceber que há lugares dentro de nós em que o mundo não é seguro.



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WHERE THE GANGSTERS GO WHEN THEY DIE *





não estava preparada para isto. assim, inesperadamente, acabar-se-me a possibilidade de vestir a pele do meu gangster preferido. resta agora dizer que foram longos meses de profundo envolvimento com este taxi driver recrutado pela Mafia. chega agora momento de dizer adeus a Tommy. mas no fim, era de esperar. outra coisa não se pode dizer: he had it comin'....


* they don't go to heaven where the angels fly



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:: a preparar o equinócio ::


1
lidamos dia a dia com as pequenas mortes.
por mim, só espero aquela que devolve à terra as folhas,
que engendra das cinzas e do húmus o corpo justo
que há-de vir.

2
a descida ao inferno não dura uma vida inteira
só metade de nós se mistura com as sombras
o resto permanece aguardando pacientemente
o grão fértil que emerge sob o sol.



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JEMIMA STEHLI





faltam aqui aquelas imagens mais fortes. o vermelhos estridente, a densa ironia, os rostos diluídos do crítico, do escritor, do curador, ... são imagens que não pedem licença quando nos invadem abruptamente o olhar, por vezes provocando até conjuntivites terríveis. aconteceu-me a mim descori-las num sábado de sol.



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quarta-feira, 17 de março de 2004




THE LAND BETWEEN THE SOLAR SYSTEMS *





tudo começou num verão em que o desastre se abateu sob o sol. e, como Antígona, não cedi ao desastre. procurei minha alma entre os escombros e das ruínas fiz matéria para o sossego da minha sede. foi a Ana que me ofereceu a visão destes pequenos espaços onde tudo é tão desmesuradamente grande que tudo o que sentimos se torna desmesuradamente pequeno. para contrapôr ao silêncio das horas difícies então, e das noites longas, trouxe Múm, que hoje me faz pensar nesse universo enorme em que sou um ponto (ainda mais) pequeno. reparem no nome do site da banda. não pode ser por acaso.

* Múm | Finally we are no one



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:: roads ::


não é certo que se saiba sempre o destino daquilo que escrevemos. das palavras, por vezes não lhes conhecemos sequer a origem. deixamos que nos atravessem como se viessem de um outro lugar que desconhecemos em busca de algo. o que escrevemos é então a estrada de asfalto escavada entre os montes, a paisagem cortada a meio pelo caminho que não sabemos onde nos leva.



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WALTZ FOR KOOP


ao som de Soul for Sahib a minha manhã hesita num preâmbulo do sol. habito por momentos os olhos do gato que me espera à chegada, esses que têm a mesma escuridão por dentro que a noite que há-de vir, de cujas profundezas nada se pode saber.
tentativa de precipitar o verão. é verdade que os homens estão mais bonitos e que os meus olhos pousam neles em vontade de vontade. qualquer coisa, um pretexto apenas, para despir o corpo de excessos. permanecer em silêncio sob o meio-dia escaldante na praia. encontrar a forma equilibrada de existir, onde os desastres sucedem.




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BURNING FROM THE INSIDE




'Cause your mornings will be brighter
Break the line
Tear up rules
Make the most of a million times no


Bauhaus | Hope



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terça-feira, 16 de março de 2004



:: redenção ::




Haja o que houver
Há sempre um homem para uma mulher
E há de sempre haver
Para esquecer um falso amor
E uma vontade de morrer

Seja como for
Há de vencer o grande amor
Que há de ser no coração
Como um perdão pra quem chorou


Tom Jobim | O grande amor




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segunda-feira, 15 de março de 2004




:: das coisas que nos salvam os dias ::


a mim, os gatos salvam-me sempre todos os dias. em última instância, acrescento que mesmo os dias que se perdem os gatos salvam, aguardando-nos à entrada da noite com os seus olhos fundos de silêncio, como quem diz que ali está para compreender sem perguntar, para suportar connosco um universo inteiro que se nos opõe, ou simplesmente para ali ficar a enganar o escuro, até que a manhã de novo venha.



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:: down in a hole ::


estar aqui, ter frio nas mãos, e resistir. o corpo massacrado, o nariz congestionado, a cabeça como um tambor agonizando. que violência é uma gripe. que violência não ser-se mais criança para ficar em casa num quarto aquecido, à espera das sopas quentinhas da mãe, nenhuma outra preocupação senão o céu azul lá fora.



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:: comunicado ::


acontece que estou com dores de crescimento, só isso. como Clarice Lispector, não era este o mundo que eu queria ver.



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:: exorcismos ::


«Todos os dias eu choro um quarto de hora ou assim, depois lavo a cara, limpo as lágrimas, e vou para a rua passear.»

lido n' A Espuma dos Dias


lembrei-me de acrescentar, a propósito de lágrimas, sombras no rosto, sábados de sol ou sorrisos, que nos serve a escrita, muitas vezes, para chorar esses 15 minutos antes de enfrentar o resto do mundo que se diz real. é como abrir janelas na casa para dissipar o odor do mofo, como manter os demónios em ofício controlado, para que não nos sigam quando sairmos para a rua.



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o little black spot encontra-se em obras de beneficiação.
pedimos desculpa pelos incómodos causados.


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:: some die just to live ::





a truant finds home... and a wish to hold on...
but there's a trapdoor in the sun... immortality...
(...)
truants move on...cannot stay long
some die just to live...


Immortality



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:: a imortalidade ::



Pearl Jam | Vitalogy


Oh you call my Sysiphus love...
Yeah, I move the rock...
I just don't want to talk about
moving the rock...
Get pictures taken of me while
moving the rock
Anything that distracts... me... from
moving the rock



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inegavelmente, este continua a ser um dos álbuns da minha vida. é certo que era suposto ficar o grunge pela adolescência, mas como esquecer — e deixar para trás — o momento em que soube que crescia? gosto de tudo. da música, das letras, do estilo narrativo, do tom levemente deprimido, do próprio conceito visual. a isto sim, sem medo, chamo um álbum. que outra coisa se não essa seria então um disco que, à música que ainda hoje ouço, acrescentou a densidade das minhas memórias, a história dos meus medos, os espectros vivos dos tempos passados?


....................................................................


para ouvir entretanto:

13. immortality
4. tremor christ
5. nothing man
11. better man



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:: por um sábado de sol ::


agora os teus textos têm voz, o que é como dizer que ler-te é o mesmo que ouvir-te, que agora estás mais próximo porque as tuas palavras falam com uma voz reconhecível, familiar, daquelas que certamente só vêm dos lugares primordiais da alma, onde também somos todos os mesmos e nos reconhecemos. é como estar próximo do conforto do silêncio.



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:: da violência ::


não há, não pode haver, maior violência para o cérebro humano do que o grito estridente de um despertador pela manhã. acordar abruptamente, sentirmos estar num cenário de terror, levantarmos a cabeça e demorar vários minutos a identificar o instrumento da nossa tortura. nestes momentos, só muito vagamente me recordo quem sou.



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sexta-feira, 12 de março de 2004




:: preparar a noite ::


anoiteceu, como sempre, e resta ainda o peso sobre as pálpebras. os resíduos diurnos do mundo avançando pelas sombras, diluindo-se, adensando as horas. há um conforto em adentrar o silêncio da escuridão, preparar a solidão da noite afagando os lençóis, passando a mão pelo cabelo, acertando o relógio que há-de anunciar a manhã que virá. repousar o corpo, esquecer os livros, saber que há tempo para tudo, depois. não importa o que se segue, há que deixar o ofício de pensar para depois. esta noite estamos a sós com o mundo e há que ouvir o que ele nos diz.



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:: titubeando ::


ainda não passou
ainda não é seguro que volte
não é ainda tempo de assentar
os pés neste chão

ouso apenas um risco
para contrapôr ao silêncio

sem vestígio do hábito
que matéria sustentaria os meus dias?




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:: na margem do terror ::


até à manhã de ontem vivia na confortável ignorância do terror(ismo). imaginava este um lugar alheio a esses desastres do mundo. confortável sensação de segurança. toda a minha vida foi vivida no desconhecimento (na pele) da guerra, da barbárie, do terror ideológico e/ou político. ontem, pela primeira vez, senti esse medo que acontece quando nos abrem os olhos à força e percebemos que afinal não, os desastres não acontecem só aos outros. o desastre está aqui ao lado. é possível que me pergunte entretanto como será sentir medo de sair à rua.



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quinta-feira, 11 de março de 2004




:: shaking and shifting ::


a mudança, necessária e voluntária, assegura o sossego contra a ruína dos dias que passam. mudar é resistir também. é garantir que se reclama um lugar no mundo, mesmo quando este se transfigura e deslaça. muda-se para recordar que o dia que aproveitamos é o de hoje, e que ele deve ser leve e renovado, liberto das âncoras dos dias passados.


«sometimes my mind don't shake and shift
but most of the times it does»


Fiona Apple




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:: exercício #9 ::


empilhar os livros. ordenar os cadernos. escrevinhar papéis pela casa toda. recordar que o mundo tem uma ordem, mesmo que alheia à medida do meu corpo. retomar o equilíbrio ordenado das manhãs, mesmo que chova.



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percebo agora, à distância, que o que me arde é o verão que amei, em chamas. amei até à morte cada centímetro desse deserto. sinto agora subitamente saudades de ouvir Morelenbaum/Sakamoto, como se pudesse haver consolo na tristeza.



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LIVRO DE RECADOS:

abismo


do Lat. abysmu < Gr. abyssus, sem fundo
s. m.,
vórtice profundo;
precipício;
oceano;

(fig.),
mistério;
escuridão;
ruína.


da depressão não se diz 'venci'. não há noite longa o bastante para arrumar a luta de tantos dias. vence-se, dia após dia. para saber que o abismo não tem pretérito perfeito.



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:: isto é ::


por outras palavras, é dizer isto: se não entro rapidamente nesta noite escura, enlouqueço. tudo, qualquer coisa, menos permanecer aqui. se vou depressa, é porque vou a fugir. antes o amor. antes os passeios. por estes dias, a escrita arde-me e fustiga-me.



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:: que faço eu aqui? ::

creio que é justo dizer que neste momento estou em clima de animosidade com a escrita. forçar-me a isto, a um parágrafo, por hábito, por necessidade, é uma violência. é justo dizer que por estes dias abomino estar aqui.



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:: escurinho bom ::


quando as horas são insuficientes para esperar o sol, parece sempre que uma distância demasiado grande se interpõe entre nós e as palavras. hoje de manhã perdi acidentalmente um texto. dizia que não sei que fazer de mim nas manhãs cinzentas. agora, acontece que escureceu e ficou demasiado tarde para enunciar mesmo o cansaço. de mim só sei a vontade que tenho da escuridão e de caminhar lado a lado com as sombras. no sossego do sono. no sossego do teu abraço. ninguém me disse a mim não entres tão depressa nessa noite escura. mas eu vou.



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terça-feira, 9 de março de 2004




:: das coisas que nos falam em demasia ::


O Luís e a Sandra falam de Maria do Rosário Pedreira. fala-se d' O Canto do Vento nos Ciprestes. eu pergunto-me se haverá nome mais bonito para um livro. mas olhem, não sei se será de mim — sempre foi meu preferido A Casa e o Cheiro dos Livros. talvez porque me veio ter à mão primeiro, inesperadamente, como todos os livros que se tornam necessários. talvez porque me tenha falado da matéria do meu silêncio agudo. talvez por isto:


Guarda tu agora o que eu, subitamente, perdi
talvez para sempre ― a casa e o cheiro dos livros,
a suave respiração do tempo, palavras, a verdade,
camas desfeitas algures pela manhã,
o abrigo de um corpo agitado no seu sono. Guarda-o

serenamente e sem pressa, como eu nunca soube.
E protege-o de todos os invernos ― dos caminhos
de lama e das vozes mais frias. Afaga-lhe
as feridas devagar, com as mãos e os lábios,
para que jamais sangrem. E ouve, de noite,
a sua respiração cálida e ofegante
no compasso dos sonhos, que é onde esconde
os mais escondidos medos e anseios.

Não deixes nunca que se ouça sozinho no que diz
antes de adormecer. E depois aguarda que,
na escuridão do quarto, seja ele a abraçar-te,
ainda que não te tenha revelado uma só vez o que queria.

Acorda mais cedo e demora-te a olhá-lo à luz azul
que os dias trazem à casa quando são tranquilos.
E nada lhe peças de manhã ― as manhãs pertencem-lhe;
deixa-o a regar os vasos na varanda e sai,
atravessa a rua enquanto ainda houver sol. E assim
haverá sempre sol e para sempre o terás,
como para sempre o terei perdido eu, subitamente,
por assim não ter feito.



..............................................................................


ultimamente leio pouco ao fim do dia. a densidade da penumbra ainda me assusta, por força do cansaço. tenho medo do que as palavras tecem, perante tão grande silêncio. a noite, agora, resta-me para o sono. não leio senão na protecção das horas ruidosas. evito a todo o custo os livros que me falam demasiado. preparo-me exclusivamente para a chegada do sol.



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[morpheus]

não reclamar o que de mim
permanece diluído no silêncio
atravessar o denso bosque
apenas para me misturar
com as sombras

— mais leve é o meu corpo
entre a substância fina
dos sonhos.



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[hypnos]

venho do lugar escuro do sono
onde as palavras descansam
em florestas de férteis silêncios

onde as pálpebras se tornam asas
onde as feridas refrescam o ardor

— mais justa é a forma do mundo
com renovados olhos abertos.



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segunda-feira, 8 de março de 2004



:: hotel california ::


às vezes dá-me mesmo para pensar o que faço eu aqui. não tenho como explicar a estranheza que me invade. momentos há em que me sinto ridícula simplesmente porque acredito na poesia. que faço eu com as palavras? acreditem que não consigo dissolver a estranheza. sinto-me como estrangeira dentro de mim mesma. parece que finalmente as palavras se tornaram pedras.

e depois acontece-me isto, de me tentar o bloguicídio. é um desejo drástico de mudança, presumo, o natural cansaço de ver sempre este nome neste exíguo quadro branco. não sei — e suspeito que não me interessa saber — para que serve um blog. pensá-lo, encontrar-lhe resposta, seria então matá-lo. sei apenas que nasce um blog um dia inesperado a partir de uma coisa qualquer sem significado, por motivo de um desgosto de amor, por motivo de uma noite demasiado longa. e isso já basta. mantém-se um blog enquanto faz sentido fazer dele alimento para uma sede qualquer que só cada um conhece.

aquilo que também sei é que, por muita estranheza que nos habite, por muito que o silêncio nos arrebate, por muito que acreditemos na inexorabilidade das despedidas, a vida só nos rouba da escrita por breves momentos. devolve-nos logo a seguir, quando o julgávamos mais improvável. é que isto de ter um blog, afinal, é como estar no Hotel California: you can check out any time you like, but you can never leave.



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:: dos rostos ::



Philippe Halsman
Audrey Hepburn, 1955



Philippe Halsman
Grace Kelly, 1954



digam-me se estes não são rostos contemporâneos. se não são daqueles rostos que são feitos da matéria dos nossos dias, que encontramos — ou desejamos encontrar — nas nossas ruas, fechados em brandos sorrisos ou agudos silêncios. digam-me se não têm estes rostos o pouco que se pode conhecer da eternidade.



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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


*

calamity.spot[at]gmail.com



~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


maio 2003 . junho 2003 . julho 2003 . agosto 2003 . setembro 2003 . outubro 2003 . novembro 2003 . dezembro 2003 . janeiro 2004 . fevereiro 2004 . março 2004 . abril 2004 . maio 2004 . junho 2004 . julho 2004 . agosto 2004 . setembro 2004 . outubro 2004 . novembro 2004 . dezembro 2004 . janeiro 2005 . fevereiro 2005 . março 2005 . abril 2005 . maio 2005 . junho 2005 . julho 2005 . agosto 2005 . setembro 2005 . outubro 2005 . novembro 2005 . dezembro 2005 . janeiro 2006 . fevereiro 2006 . março 2006 . abril 2006 . maio 2006 . junho 2006 . julho 2006 . agosto 2006 . setembro 2006 . outubro 2006 . novembro 2006 . dezembro 2006 . janeiro 2007 . fevereiro 2007 . março 2007 . abril 2007 . maio 2007 . junho 2007 . julho 2007 . agosto 2007 . setembro 2007 . outubro 2007 . novembro 2007 . dezembro 2007 . janeiro 2008 . fevereiro 2008 . março 2008 . abril 2008 . maio 2008 . junho 2008 . julho 2008 . agosto 2008 . setembro 2008 . outubro 2008 . novembro 2008 . dezembro 2008 . janeiro 2009 . fevereiro 2009 . março 2009 . abril 2009 . maio 2009 . junho 2009 . julho 2009 . agosto 2009 . setembro 2009 . outubro 2009 . novembro 2009 . dezembro 2009 . janeiro 2010 . fevereiro 2010 . março 2010 . maio 2010 . junho 2010 . julho 2010 . agosto 2010 . outubro 2010 . novembro 2010 . dezembro 2010 . janeiro 2011 . fevereiro 2011 . março 2011 . abril 2011 . maio 2011 . junho 2011 . julho 2011 . agosto 2011 . setembro 2011 . outubro 2011 . janeiro 2012 . fevereiro 2012 . março 2012 . abril 2012 . maio 2012 . junho 2012 . setembro 2012 . novembro 2012 . dezembro 2012 . janeiro 2013 . janeiro 2014 .


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~*. spying glass .*~


a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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~*. the bell jar .*~



os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


egosfera: a infância . a minha vida dava um post . afirmações identitárias . a troubled cure for a troubled mind . april was the cruellest month . aquele canto escuro que tudo sabe . as coisas que me passam pela cabeça . fruto saturnino (conhecimento do inferno) . gotham style . mafarricar por aí . Mafia . morto amado nunca mais pára de morrer . o exílio e o reino . os diálogos imaginários . os infernos almofadados . RE: de mail . sina de mulher de bandido . the woman who could not live with her faulty heart . um lugar onde pousar a cabeça   .  correio sentimental


scriptorium: (des)considerações sobre arte . a noite . and death shall have no dominion . angularidades . bicho escala-estantes . do frio . do medo . escrever . exercícios . exercícios de anatomia . exercícios de respiração . exercícios de sobrevivência . Ítaca . lunário . mediterrânica . minimal . parágrafos mínimos . poemas . poemas mínimos . substâncias . teses, tratados e outras elocubrações quase científicas  .  um rumor no arvoredo


grandes amores: a thing of beauty is a joy forever . grandes amores . abraços . Afta . árvores . cat powa . colectânea de explicações avulsas da língua portuguesa  .  declaração de amor a um objecto . declaração de amor a uma cidade . desolação magnífica . divas e heróis . down the rabbit hole . drogas duras . drogas leves . esqueletos no armário . filmes . fotografia . geometrias . heart of darkness . ilustraçãoinício . matéria solar . mitologias . o mar . os livros . pintura . poesia . sol nascente . space is the place . the creatures inside my head . Twin Peaks . us people are just poems . verão  .  you're the night, Lilah


do quotidiano: achados imperdíveis . acidentes quotidianos e outros desastres . blogspotting . carpe diem . celebrações . declarações de emergência . diz que é uma espécie de portfolio . férias  .  greves, renúncias e outras rebeliões . isto anda tudo ligado . livro de reclamações . moleskine de viagem . níveis mínimos de suporte de vida . o existencialismo é um humanismo . só estão bem a fazer pouco


nomes: Aimee Mann . Al Berto . Albert Camus . Ana Teresa Pereira  . Bauhaus . Bismarck . Björk . Bond, James Bond . Camille Claudel . Carlos de Oliveira . Corto Maltese . Edvard Munch . Enki Bilal . Fight Club . Fiona Apple . Garfield . Giacometti . Indiana Jones . Jeff Buckley  .  Kavafis . Klimt . Kurt Halsey . Louise Bourgeois . Malcolm Lowry . Manuel de Freitas . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Max Payne . Mia Couto . Monty Python . Nick Drake . Patrick Wolf  .  Sophia de Mello Breyner Andresen . Sylvia Plath . Tarantino . The National . Tim Burton


os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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...it's full of stars...


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