:: exílios #2 ::
Joseph Koudelka | Exiles
trazer o deserto por dentro
ser-se o próprio corpo do sol
a pique sobre a memória
cavando negras sombras
sobre a areia que arde
sobre a saudade que ferve
ser-se a cidade em ruínas
o silencio brutal entre os escombros
o cansaço em que a própria sede
se esgota
a noite longa que se abisma
sobre a ferida
mas ser-se também a manhã gloriosa
a luz a entrar nas casas pelas janelas
o dia novo reconstruído
depois de vencida a substância do medo.
para ti.
Etiquetas: desolação magnífica, fotografia, o exílio e o reino, poemas
posted by saturnine | 22:41 |
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