terça-feira, 26 de julho de 2011



música antológica


Por algum desses acasos sem grande explicação, acabei por amigar, numa certa e determinada rede social ainda dominante (mas em previsível declínio), o Rui Pires Cabral. E isto é uma coisa a que eu não sei o que fazer. Há como uma espécie de reverência, qualquer coisa que me assombra e, por iso, me intimida. Não ouso mover-me, esboçar uma palavra. A proximidade, quando não é cúmplice, é quase promíscua, uma intromissão. Mas que dizer deste grande paradoxo dos novos tempos, em que a proximidade está ao alcance de um dedo, mas não está o resto do corpo preparado para sofrer o que é esse embate da indizível comoção...





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posted by saturnine | 00:03 | 0 Comentários


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domingo, 24 de julho de 2011



Like spinning plates


Tento não pensar demasiado naquilo que as pequenas coisas dizem de nós, mas a verdade é que teço longas conjecturas sobre o facto de os meus discos externos terem os nomes VIRGINIA WOOLF e SYLVIA PLATH.





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posted by saturnine | 02:02 | 0 Comentários


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sexta-feira, 22 de julho de 2011



Tríptico: the story of my life is short and keeps playing inside my head





Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again
Because a vision softly creeping
Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence


In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone
'Neath the halo of a street lamp
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more
People talking without speaking
People hearing without listening
People writing songs that voices never share
And no one dared
Disturb the sound of silence

"Fools", said I, "You do not know
Silence like a cancer grows
Hear my words that I might teach you
Take my arms that I might reach you"
But my words, like silent raindrops fell
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon god they made
And the sign flashed out its warning
In the words that it was forming
And the sign said, "The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls"
And whispered in the sounds of silence








Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither while they pass, they slip away across the universe
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my open mind,

Possessing and caressing me.
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world.

Images of broken light which dance before me like a million eyes,
That call me on and on across the universe,
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box they
Tumble blindly as they make their way
Across the universe
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.

Sounds of laughter shades of earth are ringing
Through my open ears inciting and inviting me
Limitless undying love which shines around me like a
million suns, it calls me on and on
Across the universe
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.

Jai guru de va, jai guru de va...








Nobody feels any pain
Tonight as I stand inside the rain
Everybody knows
That baby's got new clothes
But lately I see her ribbons and her bows
Have fallen from her curls
She takes just like a woman, yes she does
She makes love just like a woman, yes she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl.

Queen Mary, she's my friend
Yes, I believe I'll go see her again
Nobody has to guess
That Baby can't be blessed
Till she finally sees that she's like all the rest
With her fog, her amphetamine and her pearls
She takes just like a woman, yes she does
She makes love just like a woman, yes she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl.

It's was raining from the first
And I was dying there of thirst
So I came in here
And your long-time curse hurts
But what's worse
Is this pain in here
I can't stay in here
Ain't it clear that.

I just can't fit
Yes, I believe it's time for us to quit
When we meet again
Introduced as friends
Please don't let on that you knew me when
I was hungry and it was your world
Ah, you fake just like a woman, yes you do
You make love just like a woman, yes you do
Then you ache just like a woman
But you break just like a little girl.






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posted by saturnine | 22:40 | 0 Comentários


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Uma espécie de terapia


Há coisas de que gosto muito, e que consumo em silêncio. Mas lá acontece, uma vez por outra, um click, qualquer coisa que faz apetecer ripostar. Por exemplo, isto carece inequivocamente deste sublinhado:



não sei se viva se morra
e enquanto me decido
vivo incertamente
mas trago a memória sentida
e é muito sentimento
e levo a morte comigo

vivendo convictamente

Bénédicte Houart




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posted by saturnine | 20:43 | 0 Comentários


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segunda-feira, 18 de julho de 2011



Declarações de emergência


O mundo pode ficar sossegado. Já foi encontrado o Bob Dylan para as próximas gerações.




The Walkmen | Another One Goes By






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posted by saturnine | 15:54 | 0 Comentários


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segunda-feira, 4 de julho de 2011



Declaração


A Zooey Deschanel é assim tipo, coiso, um evento de fofinhice sem par, uma daquelas coisas que fazem o mundo funcionar melhor, assim tipo, coiso, um dia de sol quentinho em pleno verão, ou tartinhas de mirtilo acabadinhas de fazer.







Mas, na verdade, eu tenho um fraquinho pela outra jóia da família, a mana mais velha Deschanel (o dia em que não houver mais Bones para ver será um dia triste para mim).








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posted by saturnine | 15:43 | 3 Comentários


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domingo, 3 de julho de 2011



Down, down, down... Would the fall never come to and end?


Alice in Wonderland é, possivelmente, o livro mais pefeito de sempre. Relê-lo, trelê-lo, à medida que o tempo avança, vai revelando camadas sucessivas de interpretação. Percebe-se, por exemplo, que a infância é um território paradoxal, que, não obstante o facto de todos dele provirmos, se torna mais cada vez desconhecido, mais misterioso, à medida que dele nos afastamos. A raiz do medo, que se converte em insónia, no conhecimento do inferno, no terror assombrado dos dias povoados de demónios, tem origem nos lugares profundos dos quais a memória se destaca. Crescer é uma espécie de reencontro. Quando a fantasia se converte ela mesma em metafísica, e na metáfora aparentemente pueril se encontra o consolo de um sentido verdadeiramente existencial.






© Benjamin Lacombe







'Would you tell me, please, which way I ought to go from here?'
'That depends a great deal on where you want to get to', said the Cat.
'I don't much care where -' said Alice.
'Then it doesn't matter which way you go', said the Cat.






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posted by saturnine | 13:56 | 0 Comentários


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O ponto de vista dos demónios #36


É uma espécie de purgatório, a idade balzaquiana, que abriga a metamorfose que se desdobra, demasiado lentamente, entre a adolescência e a verdadeira idade madura. Saber o que fazer com os demónios domesticados, acomodá-los nos recantos escondidos da casa, esperando qualquer coisa entre o tumulto apavorado da insónia e a familiaridade da convivência ao redor da mesma mesa. Esperar o tempo em que a urgência do próprio sono se desmaterializa, o tempo de uma refeição partilhada de igual para igual, quando os dias não mais se alimentarem dos meus ossos.





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posted by saturnine | 13:45 | 0 Comentários


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A imagem do artista atormentado foi ficando progressivamente demodé depois do romantismo. O artista do século XX é o homem pleno, realizado. Valeu-nos, se calhar, a psicanálise, ou o bom senso, para perceber que a miséria e o sofrimento não alimentam, por si só, a raiz da obra de arte. Ainda que Jean Genet seja um caso a considerar, e não se possa contrariá-lo de ânimo leve quando diz que «na origem da beleza está unicamente a ferida». O que se passa é que ao artista é sempre favorável a ausência da fome, da pobeza, da enfermidade. À criação, é favorável uma certa serenidade que deriva do atenuar progressivo de uma inflamada angústia existencial. O homem sereno, em paz consigo prórpio, reune as melhores condições para criar. A ironia - filha da puta, como sempre - reside no facto de, na supressão dessa angústia de existir, se lhe secarem as razões que justificam a criação - toda ela uma certa forma de exorcismo. De que lhe serve a maturidade, quando não há mais demónios para domesticar?





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posted by saturnine | 13:30 | 2 Comentários


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As ruas de Madrid estão cheias de árvores perfumadas. Sob a inclemência de um sol abrasador, a brisa que faz restolhar as suas folhas traz ao viajante subjugado o consolo balsâmico do aroma fresco das sombras. Inesperadamente, ao virar de uma esquina, existem Tipos Infames, que oferecem ao viajante cansado o conforto das bebidas frescas, entre o silêncio dos livros.





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posted by saturnine | 13:23 | 0 Comentários


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spot player special




"us people are just poems"
[ani difranco]


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calamity.spot[at]gmail.com



~*. through the looking glass .*~




little black spot | portfolio
Baucis & Philemon | tea for two
os dias do minotauro | against demons
menina tangerina | citrus reticulata deliciosa
the woman who could not live with her faulty heart | work in progress
pale blue dot | sala de exposições
o rosto de deus | fairy tales








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~*. rearview mirror .*~


maio 2003 . junho 2003 . julho 2003 . agosto 2003 . setembro 2003 . outubro 2003 . novembro 2003 . dezembro 2003 . janeiro 2004 . fevereiro 2004 . março 2004 . abril 2004 . maio 2004 . junho 2004 . julho 2004 . agosto 2004 . setembro 2004 . outubro 2004 . novembro 2004 . dezembro 2004 . janeiro 2005 . fevereiro 2005 . março 2005 . abril 2005 . maio 2005 . junho 2005 . julho 2005 . agosto 2005 . setembro 2005 . outubro 2005 . novembro 2005 . dezembro 2005 . janeiro 2006 . fevereiro 2006 . março 2006 . abril 2006 . maio 2006 . junho 2006 . julho 2006 . agosto 2006 . setembro 2006 . outubro 2006 . novembro 2006 . dezembro 2006 . janeiro 2007 . fevereiro 2007 . março 2007 . abril 2007 . maio 2007 . junho 2007 . julho 2007 . agosto 2007 . setembro 2007 . outubro 2007 . novembro 2007 . dezembro 2007 . janeiro 2008 . fevereiro 2008 . março 2008 . abril 2008 . maio 2008 . junho 2008 . julho 2008 . agosto 2008 . setembro 2008 . outubro 2008 . novembro 2008 . dezembro 2008 . janeiro 2009 . fevereiro 2009 . março 2009 . abril 2009 . maio 2009 . junho 2009 . julho 2009 . agosto 2009 . setembro 2009 . outubro 2009 . novembro 2009 . dezembro 2009 . janeiro 2010 . fevereiro 2010 . março 2010 . maio 2010 . junho 2010 . julho 2010 . agosto 2010 . outubro 2010 . novembro 2010 . dezembro 2010 . janeiro 2011 . fevereiro 2011 . março 2011 . abril 2011 . maio 2011 . junho 2011 . julho 2011 . agosto 2011 . setembro 2011 . outubro 2011 . janeiro 2012 . fevereiro 2012 . março 2012 . abril 2012 . maio 2012 . junho 2012 . setembro 2012 . novembro 2012 . dezembro 2012 . janeiro 2013 . janeiro 2014 .


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~*. spying glass .*~


a balada do café triste . ágrafo . albergue dos danados . almanaque de ironias menores . a natureza do mal . animais domésticos . antologia do esquecimento . arquivo fantasma . a rute é estranha . as aranhas . as formigas . as pequenas estruturas do ócio . atelier de domesticação de demónios . atum bisnaga . auto-retrato . avatares de um desejo . baggio geodésico . bananafish . bibliotecário de Babel . bloodbeats . caixa-de-lata . casa de cacela . chafarica iconoclasta . coisa ruim . com a luz acesa . comboio de fantasmas . complicadíssima teia . corpo em excesso de velocidade . daily make-up . detective cantor . dias com árvores . dias felizes . e deus criou a mulher . e.g., i.e. . ein moment bitte . em busca da límpida medida . em escuta . estado civil . glooka . i kant, kant you? . imitation of life . isto é o que hoje é . last breath . livros são papéis pintados com tinta . loose lips sink ships . manuel falcão malzbender . mastiga e deita fora . meditação na pastelaria . menina limão . moro aqui . mundo imaginado . não tenho vida para isto . no meu vaso . no vazio da onda . o amor é um cão do inferno . o leitor sem qualidades . o assobio das árvores . paperback cell . pátio alfacinha . o polvo . o regabofe . o rosto de deus . o silêncio dos livros . os cavaleiros camponeses no ano mil no lago de paladru . os amigos de alex . Paris vs. New York . passeio alegre . pathos na polis . postcard blues . post secret . provas de contacto . respirar o mesmo ar . senhor palomar . she hangs brightly . some variations . tarte de rabanete . tempo dual . there is only 1 alice . tratado de metatísica . triciclo feliz . uma por rolo . um blog sobre kleist . vazio bonito . viajador


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~*. the bell jar .*~



os lugares comuns: against demons . all work and no play . compêndio de vocações inúteis  .  current mood . filosofia e metafísica quotidiana . fruta esquisita menina aflita . inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas . miles to go before I sleep . música no coração  .  música para o dia de hoje . o ponto de vista dos demónios . planos para dominar o mundo . this magic moment  .  you came on like a punch in the heart . you must believe in spring


egosfera: a infância . a minha vida dava um post . afirmações identitárias . a troubled cure for a troubled mind . april was the cruellest month . aquele canto escuro que tudo sabe . as coisas que me passam pela cabeça . fruto saturnino (conhecimento do inferno) . gotham style . mafarricar por aí . Mafia . morto amado nunca mais pára de morrer . o exílio e o reino . os diálogos imaginários . os infernos almofadados . RE: de mail . sina de mulher de bandido . the woman who could not live with her faulty heart . um lugar onde pousar a cabeça   .  correio sentimental


scriptorium: (des)considerações sobre arte . a noite . and death shall have no dominion . angularidades . bicho escala-estantes . do frio . do medo . escrever . exercícios . exercícios de anatomia . exercícios de respiração . exercícios de sobrevivência . Ítaca . lunário . mediterrânica . minimal . parágrafos mínimos . poemas . poemas mínimos . substâncias . teses, tratados e outras elocubrações quase científicas  .  um rumor no arvoredo


grandes amores: a thing of beauty is a joy forever . grandes amores . abraços . Afta . árvores . cat powa . colectânea de explicações avulsas da língua portuguesa  .  declaração de amor a um objecto . declaração de amor a uma cidade . desolação magnífica . divas e heróis . down the rabbit hole . drogas duras . drogas leves . esqueletos no armário . filmes . fotografia . geometrias . heart of darkness . ilustraçãoinício . matéria solar . mitologias . o mar . os livros . pintura . poesia . sol nascente . space is the place . the creatures inside my head . Twin Peaks . us people are just poems . verão  .  you're the night, Lilah


do quotidiano: achados imperdíveis . acidentes quotidianos e outros desastres . blogspotting . carpe diem . celebrações . declarações de emergência . diz que é uma espécie de portfolio . férias  .  greves, renúncias e outras rebeliões . isto anda tudo ligado . livro de reclamações . moleskine de viagem . níveis mínimos de suporte de vida . o existencialismo é um humanismo . só estão bem a fazer pouco


nomes: Aimee Mann . Al Berto . Albert Camus . Ana Teresa Pereira  . Bauhaus . Bismarck . Björk . Bond, James Bond . Camille Claudel . Carlos de Oliveira . Corto Maltese . Edvard Munch . Enki Bilal . Fight Club . Fiona Apple . Garfield . Giacometti . Indiana Jones . Jeff Buckley  .  Kavafis . Klimt . Kurt Halsey . Louise Bourgeois . Malcolm Lowry . Manuel de Freitas . Margaret Atwood . Marguerite Duras . Max Payne . Mia Couto . Monty Python . Nick Drake . Patrick Wolf  .  Sophia de Mello Breyner Andresen . Sylvia Plath . Tarantino . The National . Tim Burton


os outros: a natureza do mal . amigos . dedicatórias . em busca da límpida medida . retalhos e recortes



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...it's full of stars...


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