não posso deixar de admitir que as palavras e frases que a uns e outros por aí lhes vale uma aterragem neste sítio é coisa que me espicaça o interesse. há os absolutos improváveis, os insólitos cómicos, e há os golpes cirúrgicos, expressões bem delineadas que conduzem exactamente ao caminho que procuram. é o perfeito efémero memorável, como daquela vez em que o google entendeu que o
little black spot teria resposta para alguém que inquiria sobre qualquer coisa como
vermelhidão e irritação em volta dos olhos o que devo fazer?o que me espanta, acima de tudo, são as frases exactas, de que já nem eu me recordo, mas que um dia escrevi, e que alguém digita até acertar com a forma certa e pimbas, vir cá ter. ou aquelas certeiras à primeira tentativa, que eu era capaz de jurar que são minhas e me deixam impressionadíssima por alguém as saber de cor, mas que depois se revelam apenas versos de poemas de outros que já repeti para mim tantas vezes que me apropriei deles, aglutinando-os na massa desordenada na minha memória. é uma coisa engraçada, porque isto de redescobrir o que a memória deturpa torna-se próximo de uma primeira descoberta: é quase como apaixonarmo-nos outra vez, pela primeira vez. não há coisa melhor.
posto isto, só tenho duas coisas a dizer: a) vir aqui parar é castigo bem merecido para quem profere
"não tenho sorte nenhuma", e b)
"o homem mais bonito do mundo" está cá, sim senhora, mas eu quero-o só para mim.
* Franz FerdinandEtiquetas: as coisas que me passam pela cabeça, blogspotting