perceber que, se me escrevo, me transponho em negativo, não sou eu aqui, mas a minha sombra decalcada sobre a pele. aquela que sou aqui em alguma coisa se assemelha a mim, mas falta-lhe a totalidade do que sou quando vou por março dentro à procura do solstício. é difícil distinguir o corpo das palavras quando não se tem a medida de um olhar, de um sorriso, de um gesto gracioso como o de Agnès. mesmo assim, saber que a escrita são as margens insuperáveis do desconhecimento, por isso mesmo não presumir, não julgar, aquietar a pergunta no sono da incerteza. saber, acima de tudo, que o negro traço da palavra riscada não significa o negro contorno dos olhos.
Etiquetas: escrever, exercícios
posted by saturnine | 23:51 |
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