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sábado, 29 de janeiro de 2011
Post ultra-congelado #2 (21.01.2009)
Acontece-me frequentemente: escrevo, planeio, componho, mas não publico. Às vezes propositadamente, às vezes por traição da memória, atropelada pelas urgências do quotidiano. Mas este post merecia ter vivido. E agora faço-lhe o meu Frankenweenie juju, porque antes era triste, e agora é só bonito:
i'd like to touch you but i've forgotten how and said i didn't need you but look at me now
sometime in the summmer when we're lying in the breeze the breeze will kill me the breeze will kill me
i tried to follow the path that you're on something in me is stubborn i keep going wrong
if you can forgive me now we'll meet up in another land when the breeze has killed me when the breeze has killed me
some time in the summer when we're lying in the grass and the breeze and the breeze
oh my baby cries when he's tired mu puppy howls with the moon
you can never be sure of the people that you know they don't wanna show you their sadness
yesterday i talked with my father he said that we could never win
it's so hard to tell where i end and my father begins
so if you see me passing by please hold me deep in your heart/arms and just remember i wanna help you i don't wanna hurt you
just remember i wanna help you i don't wanna hurt you so don't tear it apart
my baby cries when he's tired my puppy howls with the moon
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terça-feira, 10 de agosto de 2010
colecção de azuis-perfeitos
Fui e voltei. Sul rima com azul e não é por acaso. Consegui a minha colecção de azuis-perfeitos. Lavei a alma em água salgada a 26º centígrados. Gosto do barulho do mar durante o mergulho. Gosto dos cheiros do verão, a ervas secas e a figos e a buganvílias, e gosto dos sabores refinados da comida quando se come com apetite. Voltei a procurar constelações ao som do canto das cigarras. Reconciliei-me.
Fui a mais um festival, contrariada, na minha aversão às multidões, à procura da comoção. Gosto de Beirut e daquilo que me dizem as suas músicas, que se fixam na memória como postais ilustrados de momentos fugazes. Mas foi fraquinho, não houve magia, não chegou para aquecer o coração. A lagrimita no canto do olho pela Elephant Gun vinha de dentro, do que ouvia na minha própria cabeça. Lá, não brilhou. Valham-nos as bandas sonoras de estrada, cuidadosamente planeadas, para compensar.
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terça-feira, 20 de julho de 2010
foi assim [versão corrigida e expandida]:
É verdade que já não tenho espírito de festival. Não gosto de campismo selvagem, não gosto assim tanto de pó e comida má, continuo a gostar cada vez menos de pessoas - e ainda menos de multidões. Mas gosto da música e gosto dos meus amigos e das nossas palhaçadas e gosto de partilhar com eles o imprevisto. Não consegui ver The Morning Benders porque estive duas horas numa fila de trânsito - o que poderia ter sido um drama, mas felizmente havia Dan Auerbach no leitor, gente parva dentro do carro, e máquina fotográfica à mão. Foi bom. O Mayer Hawthorne é o maior (branco-preto com mais groove de sempre), e o Prince é o maior (por algum motivo lhe chamam O Artista), e a Sharon Jones é a maior (mash-up de James Brown e Tina Turner, pega fogo ao espectáculo quando pede "give me some chicken music!"). Beach House foi bonito mas não consegui ver grande coisa porque estava sem lentes. Grizzly Bear foi uma seca monumental, bocejei mais do que abanei o pezinho. The Temper Trap foi aquilo que se esperava, bom e esquisito. Pet Shop Boys e Cut Copy não merecem comentários. Hot Chip, ora bem... dançou-se bué, de muitas e freakalhentas maneiras, foi do rock. The National, Spoon e Patrick Watson foram trocados - desculpem, não foi nada de pessoal, e prefiro continuar a imaginar que deram concertos franquinhos que jamais me arrependerei de ter perdido. Julian Casablancas, jamais te perdoarei - ia cheia de expectativas, e imagino que o concerto até não tenha sido mau, se eu tivesse conseguido ouvir alguma coisa de jeito (som de merda, dude). A grande cereja em cima de um grande bolo foi o concerto dos Vampire Weekend. Maior repertório, maior (e melhor) festa do que há dois anos, na Casa da Música. E no verão e ao ar livre, e com a(s) pessoa(s) certas comigo. Pá, foi bonito. E o Ezra Koenig é giro. E canta bem. Se eu não me tivesse deixado dessas coisas, era potencial groupie material.
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
uma espécie de alta fidelidade
no que diz respeito à procura metafísica de um outro que seja o outro, em cujo reconhecimento nos sintamos nós, a lírica representa um papel importante, se estivermos atentos. está lá tudo, na poesia e nas canções. senão vejamos o exemplo:
preâmbulo: declarações de emergência. num primeiro momento, a Björk já dizia I miss you, but I haven't met you yet, declaração que o B Fachada transforma em resolução quando diz Até consigo imaginar a tua cara o meu abraço, E agora o que é que eu faço, estar a espera ou procurar.
corpo: dúvidas legítimas. já antes a interrogação surgira com a Scout Niblett, com a manhã a raiar e a arder nos olhos: how the hell did I live this long without you by my side? algo me diz que o Bill Callahan, lá no fundo, já se perguntou o mesmo: it's hard to explain what i was doing all thinking before you.
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música no coração #9
já tão tarde, Novembro surpreendeu-me com um cheirinho a verão, e trouxe a mesma felicidade completa da descoberta dos Fleet Foxes (afinal o mundo não acaba, nem os grandes amores):
Vetiver | More of this
It won't be long before I have to leave Knowing that I could use more time alone with you That just might carry me through
...
mas o Outono afirma-se e não deixa margem para equívocos, é como recordar Morrissey e uma espécie de tristeza ligeira ou uma alegria parvinha, está frio e tal mas há coisas maravilhosas como as castanhas assadas, o quentinho de um abraço, e uns bilhetes para o Coliseu do Porto a 2 de Fevereiro do ano do contacto:
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
música no coração #8
há um ano atrás, houve uma primeira música, uma espécie de preâmbulo, um entreabir de porta, uma leve suspeição, que deixou a pista enquanto eu chorava baba e ranho pela miséria da minha vida:
if you don't bring up those lonely parts this could be a good time
i picture you and me together in the jungle it will be ok
hoje, se o outono arrasta consigo a melancolia, já tenho um primeiro soldado para uma frente de combate eficiente. e se o mundo acabar, não faz mal.
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terça-feira, 6 de outubro de 2009
current mood:
foi tão rápido que nem deu para perceber, mas eu fui e voltei. de férias, isto é. parti em direcção ao rumor do arvoredo, estive (quase) no cimo do mundo. no meio de nenhures, no alto da serra, não se ouve nada a não ser o vento a assobiar. uma certa dose de distanciamento da civilização é reparadora, amplifica o deleite dos pequenos prazeres. não deixei que me servissem menus gourmet e não perdi nenhuma oportunidade de incorrer naqueles pecados mortais que sabem melhor. a viagem, o fascínio da deslocação, teve banda sonora (e agora toca em repeat, feito otoverme):
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
música no coração #7
não fosse a cena de o verão AINDA NÃO TER CHEGADO, CARALHO!, este augúrio podia muito bem ter-se cumprido. eu já ia em modo de aceleração total, mas com uma estação assim fresquinha e fofinha e simpática, sei lá, que nem chateia nada nem nos impede de dormir de janelas fechadas mas também não nos deixa estar à vontade de sandálias à noite, não há loucura que resista. assim, em vez de um estado maníaco, com previsão de alguns riscos para a integridade física, registo uma bela velocidade de passeio, viajando de janelas abertas a caminho da praia enquanto bato o pezinho ao ritmo de um "espero que não esteja vento hoje, fdx!" o meu querido mês de Agosto, tem sido assim: morno e giro e divertido e fofinho e tal. só me apetece fazer fofinhices (e algumas malandrices):
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
música no coração #6
é reconfortante, a ideia de estar preso dentro de uma música. como habitar um casulo, feito à medida do nosso corpo, que gira e roda em seu redor, incessantemente, produzindo calor, afecto, alegria. acontece-me ocasionalmente. sou puxada para dentro de uma espiral de comoção e não consigo sair (senão com muito esforço, quando o mundo exterior chama com muita força). a tentação da fuga é absoluta. escapar a todo o ruído acessório, viver um amor até às últimas consequências. por estes dias, horrorosos invernosos sem sol, entro e saio de uma música para outra, tentando evitar tanto quanto possível ser apanhada pela chuva, entristecer de frio. contra todo o negrume do mundo, ora sonho que danço, ora que nado.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
status quo
ontem tinha dois amigos em casa. ao regressar do quarto para a sala ao seu encontro, uma série de tremuras que me assaltou fez-me lembrar: "estou como a Anja Garbarek, Briefly Shaking". ao transpôr a porta, um deles tinha acabado de pôr a menina a tocar no leitor. quando em redor o mundo está cheio de desastres e não suportamos a desordem estuporada da vida [Herberto Helder], agarramo-nos à fé na serendipidade. hoje, a resposta a uma pergunta latente encontrei-a onde não esperava, e não me resta senão fazer de ladra desavergonhada de uma pérola descoberta pela menina limão:
não sei se viva se morra e enquanto me decido vivo incertamente mas trago a memória sentida e é muito sentimento e levo a morte comigo vivendo convictamente
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
música no coração #4
Scout Niblett | Do you wanna be buried with my people
Sometimes I'm tossed and driven and sometimes I don't know where to roam but I've heard of a city called heaven and I've started to make it my home
Oh soon I'll reach the glory where mortals no longer complain and there's a ship that's coming to take me and the captain is calling my name
Do you want to be buried with my people, dear was the look in his eyes we can rest our bones side by side in the dirt of yonder high it's so fun to see me being me alongside you that's how I knew the answer dear to the look I got from you
I had nearly given up dear with all my fantasies then you come and crossed my path, and so here we be and how the hell did I live this long without you by my side Can I believe it's you I've sensed and sung to all my life arms that held me never worked before until I was held by you with a grip so still and charged, oh cou cou cou
Finally it came around inviting us to play there's nothing as scary as a divine plan, but I wouldn't have it any other way
The mystery is larger than you and me and we're drunk on faded heart but woman, I have a suspicion you just could be my missing part
but who the hell knows which way the gods will pull us tomorrow but honey we're riding up past right now and fear's only gonna back up in sorrow
Giddy up love whatever is for you will never pass you by you live and die you and I live and die me each day for the rest of this life
'Cause I am a prince and I am a prince I am my own salvation but you are my queen and you are my king so live and die beside each other
Do you want to be buried with my people, dear was the look in his eyes we can rest our bones side by side in the dirt of yonder high it's so fun to see me being me alongside you that's how I knew the answer dear to the look I got from you we can rest our bones side by side in the dirt of yonder high
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008
música no coração #2
é menos improvável do que parece que nos surjam as coisas antigas de que sempre estivemos à espera. o inverno é duro, mas propicia as grandes redenções. agora sim, sou uma personagem digna da Ana Teresa Pereira.