sábado, 11 de outubro de 2008



Jean-Marie quem?


nunca li um livro de monsieur Le Clézio. para dizer a verdade, imagino que sofra o mesmo destino que Miss Lessing: continuar por ler. recebi a notícia do Nobel via sms, justamente quando me encontrava acima do mundo, enchouriçada entre coletes, cordas e mosquetões. a minha reacção: ah. o que eu gostava era de um Nobel para a Flannery O'Connor [póstumo] ou para o Cormac McCarthy. mas ah, pois, «os EUA não participam no grande diálogo da literatura».
já calculava que o prémio fosse pingar sobre um(a) gajo(a) de que eu nunca sequer tivesse ouvido falar [vá lá, ao menos desta vez revelou-se um nome conhecido], e nem é que isso me aborreça por aí além. a única coisa que eu temia era o que disse o Mexia: que a febre Murakami fizesse das suas. ao menos posso suspirar de alívio.


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posted by saturnine | 12:39 |


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28 Comentários:

Blogger matilde disse...

oh, não gostas de murakami? eu gostei muito de "kafka à beira mar" e gostei assim-assim de "a rapariga que inventou um sonho".

4:22 da tarde  
Blogger Menina Limão disse...

subscrevo o suspiro de alívio.

e acrescento: ufa!

8:33 da tarde  
Blogger saturnine disse...

confesso o preconceito: nunca li e não o suporto. em nome do tal conhecimento, até gostava de ler o Kafka à Beira-Mar, se ao menos tivesse o mesmo númerod e páginas que o Sputnik, Meu Amor... de resto, parece-me um grande chato, que até pode ser um bom contador de histórias, mas dificilmente matéria Nobel. digo eu. e sublinho: ufa.

10:21 da tarde  
Blogger . disse...

Febre Murakami? Chiça!

11:40 da tarde  
Blogger matilde disse...

Confesso que murakami talvez para um premio nobel nao esteja a altura, mas sou muito suspeita ja que a minha lista de escritores laureados de que nunca li sequer um livro, digamos que e extensa... mas a verdade e que nao li o kafka a beira mar, mas sim devorei-o. mas eu gosto dos livros assim, que nos levam velozmente por um mundo de fantasia, que a cada pagina nos surpreendem... mas novamente voltamos a minha iliteracia, o pouco que conheco leva-me a ser facilmente surpreendida, talvez...

7:19 da tarde  
Blogger . disse...

Não Matilde, aquilo pode ser viciante. Olha, é como o tabaco: não é bom, mas vicia. Percebes? Bom, vicia.

11:45 da tarde  
Blogger matilde disse...

pois, mas o tabaco provoca uma série de problemas de saúde e agrava mais uns quantos. e um livro numa pessoa como eu?

de resto penso que a questão é: o que pretendemos nós de um livro? por vezes o que eu quero mesmo de um livro é que me leve daqui para um sítio bem longe, se ele for bom nisso... para mim é absolutamente um bom livro. (claro que há uns certos limites, relacionados com o respeito pelos outros, etc. mas estando dentro desses limites, está ok)

p.s. infelizmente no último comentário usei a palavra "iliteracia" que pelos vistos ainda nem sequer existe, é um neologismo derivado de illiteracy, e que a existir quererá dizer analfabetismo, que não era bem o que queria dizer, o que eu queria dizer é que não percebo muito de literatura (e já agora também não percebo muito de português... :| )

9:45 da manhã  
Blogger . disse...

E cito o Lobo Antunes, coisa que já me tem valido alguns amargos de boca (as citações, não o Lobo Antunes): «Um bom livro não é necessariamente aquele que gostamos de ler.» É claro que o Lobo Antunes utiliza este dizer para, de alguma forma, varrer para debaixo do tapete o facto de só ter escrito trampa nestes últimos anos.

Percebo, então, que és uma pessoa I-don’t-know-much-about-art-but-I-know-what-I-like. Boa, já somos dois.

‘Iliteracia’: regista na Wikipedia.

8:03 da tarde  
Blogger . disse...

Já agora, os dois únicos que valem a pena são o Norwegian wood e o Crónica do pássaro de corda. São bons de ler. Só.

11:34 da tarde  
Blogger bookworm disse...

as considerações sobre os escritores americanos são de uma burrice inominável.

acho que o murakami não merece o nobel, apesar de eu ter lido dois livros dele com agrado e ter um terceiro na pilha de livros para ler.

fica a milhas dos tais escritores que não participam no diálogo da literatura (arre, ainda não tinha lido esta cena e não a consigo engolir. >:( )

10:48 da tarde  
Blogger . disse...

Bebe água. Diz que ajuda.

11:32 da tarde  
Blogger matilde disse...

ok, existe um livro, que considero um bom livro, que na altura em que o li, não fui sequer capaz de acabar de ler, era muito nova e impressionável e a meio do livro às vezes simplesmente tinha que parar de ler porque não via nada com as lágrimas, "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes. e pronto também existem outros, que apenas me arrastam para sítios ainda piores. mas os tempos que correm tem sido um bocado difíceis, e esse tipo de livros tem sido cobardemente enjeitados...

10:40 da manhã  
Blogger matilde disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

10:40 da manhã  
Blogger saturnine disse...

O "Esteiros" é um livro lindíssimo, de facto de fazer desfazer em lágrimas. hei-de relê-lo um dia destes.

8:20 da tarde  
Blogger . disse...

Esse não é aquele dedicado aos pais (homens) que apenas tiveram filhas (mulheres)?

9:24 da tarde  
Blogger matilde disse...

(samuel, tenciono-te responder dentro de uma/duas semanas ;) )

1:04 da tarde  
Blogger saturnine disse...

não, Samuel, é dedicado "aos filhos dos homens que nunca foram meninos". ;)

5:10 da tarde  
Blogger matilde disse...

hummm... o samuel gosta de provocar as meninas. com quem tu te foste meter samuel... falo por mim e suspeito que também pela saturnine ;)

5:30 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

7:17 da tarde  
Blogger . disse...

Ah bom. Eu sabia que era qualquer coisa desse género.

7:18 da tarde  
Blogger . disse...

Sentes-te provocada, Matilde? Não me sabia detentor de tal poder.

7:20 da tarde  
Blogger saturnine disse...

matilde, não precisas de falar por mim, que no meu caso o Samuel já sabe bem com quem se está a meter. :)

Samuel, é uma dedicatória muito bonita. é curioso porque já quase não me lembro da história (li-o há vários anos), mas lembro-me sempre dessa frase. :)

7:43 da tarde  
Blogger matilde disse...

a bem dizer não me sinto provocada, apareceu-me apenas que aquela pergunta: "Esse não é aquele dedicado aos pais (homens) que apenas tiveram filhas (mulheres)?" era provocatória, é só.

10:33 da manhã  
Blogger Unknown disse...

A vossa sorte em dois pontos: 1. Esta entrada está a ficar demasiado deslocada; 2. Fazer scroll é capaz de dar artrite.

10:49 da tarde  
Blogger . disse...

E agora é a traquitana americana que me troca as voltas. Enfim, talvez não chova amanhã.

10:52 da tarde  
Blogger matilde disse...

(mas eu ainda nem sequer recomecei a ler os "Esteiros"... homens... :\)

9:52 da manhã  
Blogger Ana Cristina Leonardo disse...

Leia lá O Índio Branco. Acho que vai gostar. Ou L'Extase matérielle, este só conheço em francês.

10:09 da tarde  
Blogger saturnine disse...

ora, com semelhante recomendação, sou bem capaz de lhe dar uma oportunidade. um dia. :)

11:04 da tarde  

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