A explicação do Mal
há uns anos, durante o primeiro ano do Olimpo, a Sofia - possuidora de um lirismo refinadíssimo - surpreendeu a blogosfera com um auto-retrato inesperado, em RE: de mail:
«Habito a terra dos que passam. A morte é a minha maior especialização. Detesto a chuva nos pulsos, desconcerta-me quem se senta ao Sol. Tive um amor que deixei no Verão. Sofro dum mal de espanto, tenho um problema de estilo, sou vulgar. Hoje entristeci demais.»
a blogoesfera respondeu, como um eco vindo de todos os cantos. primeiro foi o Carlos Aberto Machado. depois fui eu, lembrando um exercício passado. aos poucos, fomos todos - os amantes d'O Mal. os nossos RE: de mail foram publicados ao longo de mês de Outubro de 2003 e qualquer blogger que se preze deveria necessariamente consultar estes arquivos. creio que durante algum tempo pensamos que nunca mais iríamos parar de responder, em RE: de mail. foi daí que nasceu, pelas mãos do Hugo, a imagem que durante mais tempo povoou a literatura deste blog: um certo canto esuro, que tudo sabe.
fiz muitas versões do primeiro auto-retrato em RE: de mail que enviei para o Mal, que estarão certamente perdidas ao longo dos arquivos deste blog. não gosto de quase nenhuma, embora haja verdade em quase todas. por isso é que não podia deixar de me comover com este post desta menina, deusa de geração jovem, que se mostrou ao mundo em RE: de mail sem o saber, sem ninguém lho ter dito, sem ninguém lhe ter perguntado. menina limão, não és família só por seres citrina. és família porque também transportas O Mal.
Etiquetas: a natureza do mal, afirmações identitárias, RE: de mail
posted by saturnine | 16:25 |
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1 Comentários:
graças ao teu link, fiquei a conhecer esses arquivos, que são, de facto, imperdíveis.
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