Li ontem
A Pantera, de Ana Teresa Pereira. Faltou qualquer coisa, não fascinou. Há algo que me intriga e que, por impossibilidade de distanciamento, não consigo discernir correctamente: é a autora que alterna textos belíssimos com outros claramente menores, ou é o meu vício que atenua o ecanto, apagando a cintilância da sua escrita?
Neste livro, uma vez mais, é a mesma história revisitada. Os escritores e as suas personagens, os seus demónios, o perpétuo combate entre ficção e realidade. Mas pensava que depois de
Quando atravessares o rio o reaparecimento de Kate e Tom seria mais inequietante, levantando um pouco mais a ponta do véu, ainda que, com isso, descobrindo as sombras de outros monstros escondidos. Este livro soube-me a pouco, e ainda que me tenha parecido mais complexo do que à primeira vista pode parecer, o facto de não me ter impressionado irremediavelmente fá-lo parecer claramente
menor.
Tenho achado que Ana Teresa Pereira exercita melhor a sua singularidade, nos últimos anos, quando se desprende dessa história antiga que ameaça tornar-se demasiado familiar para que possa inquietar ou angustiar. O seu estilo é mais refinado em obras como
O Verão Selvagem dos Teus Olhos ou
A Outra. Tenho vontade de ver, cada vez mais, outros castelos, outros jardins, outros fantasmas. Tenho vontade de voltar a surpreender-me com o inesperado.
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