Gosto do modo como algumas palavras contêm imagens dentro, e sons, e tudo aquilo que descrevem, mostrando em vez de apenas dizer. Gosto da palavra
poço, que transporta a magia dos rituais iniciáticos e o barulho da água. Gosto da palavra
torre, que tem dentro de si o fascínio dos castelos antigos e as histórias de princesas trágicas das histórias de fantasmas. Gosto da palavra
pedra porque é exacta, mínima e rigorosa, como a poesia. Não gosto particularmente de outras palavras, como
luz, porque não contêm absolutamente nada do deslumbre que descrevem. Sempre detestei o meu nome, durante a infância. Entretanto, aprendi a ser aquilo que ele descreve. Tenho aprendido a ser-me. Algo assim.
Etiquetas: cinema, inventário crescente de palavras mais-que-perfeitas
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