o
Senhor Palomar deixa-me vagamente nervosa. eu, que só tenho acesso à internet escassas horas por dia - quando o trabalho e um certo tipo de lazer incompatível com paredes fechadas (*) estão despachados -, fico perturbada quando o Google Reader me diz que tenho p'ra cima de 300 posts novos para ler. o
Senhor Palomar não pára quieto e eu assim não consigo concentrar-me. imaginem se me dava para clicar naquele botão miraculoso do Google Reader que basicamente permite
fingir que já se leu aquela cena toda? podia ter-me escapado
isto:
mais um item para o meu rol de vocações inúteis, um achado imperdível, uma daquelas descobertas que me faz tremelicar toda de emoção e sorrir muito por dentro com um certo sorriso mafarrico. a verdadeira bola de cristal da leitura, o fantástico
Book Seer. é como pagar a alguém para nos dizer aquilo que gostamos de ouvir, com a única diferença que é de graça. depois de eu lhe ter dito que tinha acabado de ler
Debaixo do Vulcão de Malcolm Lowry (**), ele recomendou-me ler - entre outras coisas - o
2666 do Bolaño. obviamente, trata-se de um
sinal. está tudo escrito nas estrelas. (***)
e eu faço anos daqui a menos de 30 dias.
(*) já dizia o René Char,
aquele que acredita no girassol, não medioatrá dentro de casa.
(**) o meu pequeno drama trata-se de perceber agora se serei capaz de pegar num outro livro, qualquer que seja, depois deste atropelo que foi o Lowry. parece que estive mas é a escalar o vulcão.
(***) já quando lhe perguntei o que me recomendaria se tivesse acabado de ler
O mar, o mar, da Iris Murdoch, o tipo recomenda-me toda a restante obra da autora, e eu estou em crer que a esse palpite eu poderia bem ter chegado sozinha.
Etiquetas: achados imperdíveis, compêndio de vocações inúteis, isto anda tudo ligado, Malcolm Lowry, os livros