Break my arms around the one I love
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The National | 11 de Maio | Lisboa
© ilustre Senhor Manel, ao lado de quem tive o prazer de me sentar (na primeira fila, ao centro)
The National | Daughters of the Soho Riots
não há muitas palavras para isto. epifania. amor. derrota total. pequenas mortes. os rostos que vi, os que tanto queria ver, os que - qual Bartleby de meia-tigela - preferia não. a sensação de que somos vagamente weirdos em mútuo reconhecimento. eu pelo menos sou uma grande weirdo e doem-me permanentemente as coisas que trago por dentro. doem um bocadinho mais quando soa a "Daughters of the Soho Riots". doem particularmente se deixo ecoar-me na cabeça
I wanna hurry home to you
put on a slow, dumb show for you
and crack you up
and I'm closing on 29.
Etiquetas: you came on like a punch in the heart
posted by saturnine | 00:26 |
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22 Comentários:
eu verti uma lagrimita na about today. tudo o resto foi o deslumbre completo. fizeste um post muito bonito sobre o concerto, mas eu nem bonito nem feio consigo fazer.
percebo-te bem, Rita. :) ainda dei muitas voltas até perceber se ia ou não conseguir fazer o post. a foto foi o desbloqueador, diz imenso por si.
mencionei a "About Today" depois do concerto do sudoeste. agora, quis conter o arraso que representa só para mim (oh, pois, as lagrimitas...)
:)
E eu verti a minha lágrima na About Today há 3 anos em Paredes de Coura. (bom, na verdade ficou retida à entrada do olho, com muito esforço)
Rita, tu consegues. (you can do it!) Tenta uma só frase, em vez de tentares o turbilhão de pensamentos que te afloram, pensamentos mais ou menos abstractos.
Há uma coisa que eu nunca percebi, mas também nunca me devo ter esforçado em perceber. Há 3 anos em Paredes de Coura aquilo foi bom? Assim assim? Promissor mas aquém das expectativas? Genial mas completamente incompreendido?
Pedro, só a limão te poderá responder a isso. há 3 anos eu tinha acabado de conhecer The National com o Alligator e não fui a Paredes de Coura.
o que posso dizer é o seguinte: o ano passado, no Sudoeste, em contexto de festival, se eu não conhecesse ou tivesse acabado de conhecer a banda, tinha saído de lá bastante frustrada e desiludida.
não resulta naquele ambiente, ainda mais com som preparado à pressa. eles precisam de intimismo (sendo que, aliás, eu já por várias vezes disse que o ideal seria mesmo tocarem só para mim na minha sala, claro).
este concerto da Aula Magna entrou directamente para o Top3 dos melhores da minha vida. :)
A descrição que fazes do concerto do Sudoesta bate certo com quase tudo o que li e ouvi sobre a coisa. Daí a minha dúvida sobre Paredes.
Entra claramente para o meu top de surpresas inesperadas, lá isso entra.
Há 3 anos os National fizeram história em Paredes de Coura. Entraram à luz do dia, quando esta começa a esmorecer lentamente anunciando o crepúsculo. Éramos poucos a conhecê-los, mas éramos tão devotos que lá estavamos colados à grade, emocionados. Vi os National entregarem-se de coração aberto o tempo todo, vi o Matt a desfazer-se bem diante dos meus olhos e ouvi aquele rol de músicas lindíssimas, algumas que hoje já não tocarão porque o resportório é maior. Vi-os numa altura em que pouca gente conhecia e sabia ser um desperdício, mas isso fez com que aquele concerto tivesse um travo a preciosidade ainda mais especial. Foi absolutamente mágico.
(E também os vi com o meu amor ao lado, aquele que me tinha dado a About Today daquela forma tão especial que não posso contar, só que naquele dia já não era propriamente o meu amor e aquilo doeu muito e eu tive de fazer um grande esforço para não me desfazer da mesma maneira que eu via o Matt desfazer-se à minha frente)
(posto isto, fico a rezar para que não sejam muitos a espreitar esta caixa de comentários)
sabem...isto não é mesmo para meter nojo e não é um comentário ressabiado, mas sinto mesmo que os vi na altura certa. irrita-me todo este hype, faz com que eu desconfie até do verdadeiro amor das pessoas por eles. fico muito contente, muito mesmo, por eles serem finalmente reconhecidos, mas é-me inevitável pensar que eu tive acesso àquela preciosidade quando estava ainda em bruto e é-me também inevitável sentir que aquele concerto foi-me dado apenas a mim (e, pronto, a mais alguns privilegiados).
vou revê-los em guimarães, mas confesso, vou com muito medo. não sei se conseguirão arrasar-me da mesma maneira e...coitados, a culpa nem é deles.
limão, eu a isso só posso responder o que já te respondi uma vez: para mim seria impensável imaginar a altura certa há 3 anos, e não só por conhecê-los menos mal: porque as canções do Boxer (e as do Alligator, certo) são-me absolutamente necessárias. o álbum é uma preciosidade, complexa, harmoniosa, quase perfeita, e o concerto teve momentos extraordinariamente mágicos à custa disso. e o concerto foi mesmo belíssimo, podes acreditar. acho que seria uma injustiça inominável menosprezá-lo. aquilo que eles fizeram na Aula Magna, uma sequência ininterrupta da "Gospel" e da "About Today", com uma instrumentalia brilhante pelo meio, é coisa que não se vê todos os dias, nem sequer certamente todos os anos. :)
de resto, quanto ao hype, é como costumo dizer: não sou suficientemente indie para me (pre)ocupar com o número de pessoas à minha volta a gostar de seja o que for. :p ali, naquela Aula Magna, onde o Matt se desfazia como se fosse cair do palco para cima de mim (estava mesmo à minha frente, a meio metro de distância), o concerto foi tocado todo só para mim. não havia mais ninguém naquela sala.
ou aliás, havia. mas disso não me interessa nada falar. :)
Longe de mim duvidar da intensidade de um concerto que, segundo a crítica do outro no Público, até fez derreter o mercúrio (uma descoberta científica de relevo). E, como devoto dos National que sou, claro que gostaria de ter estado outra vez a vê-los. Mas compreendo a Cláudia porque também estava no meio daquela meia-dúzia que sabia ao que ia em Paredes de Coura. Só quem foi aos dois (não sei se alguém) é que poderá fazer a comparação inútil quanto ao grau de intensidade, mas é-me muito claro que, se o concerto da Aula Magna foi aquele típico (sem sentido pejorativo) concerto de consagração, esgotadíssimo, com toda a gente a saber que ia sair de lá a dizer como tinha sido incrível (os National prestam-se a isso, claro), o de Paredes de Coura foi um concerto mais raro. Não estou a dizer melhor, mais intenso, não sei se sim, se não, desinteressa-me. Mas ainda não vi um concerto como aquele, com aquele grau de improbabilidade. Uma banda entregar-se daquela maneira tão intensa e aparentemente tão doída e genuína (estive o concerto inteiro a pensar que o homem ia começar a chorar), virados para uma enconsta vazia, ainda de dia, só por causa daqueles quarenta e tal tipos em expectativa... No meio daquela imensidão cheia de nada, foi um momento íntimo como poucas vezes tive por causa de um concerto. E sei que é aí que a Cláudia quer chegar. Do mesmo modo que sei (e tu também devias saber) que, quando a Cláudia fala do hype, não está em causa alguém querer uma banda só para si e para mais alguns na obscuridade (e se conotas "indie" com isso, temos então uma abordagem do conceito muito diferente). Está em causa desconfiar da súbita unanimidade à volta de uma banda que andava por aí desconsiderada. Tudo por ter lançado um álbum que muitos, como eu, acham excelente mas inferior ao Alligator. E um hype é isso mesmo: uma movimentação explosiva com muito seguidismo cego pelo meio. Com sorte (é o caso) põe-se o pessoal a seguir algo realmente bom. Aliás, por boas causas até acho muito bem que comecem logo ao início.
Beijos
p.s.: E devo dizer que começas a acusar a Cláudia de menosprezar o concerto da Aula Magna sem ter lá estado e acabas a menosprezar o concerto de Paredes de Coura sem teres lá estado. E se estamos mesmo só a falar de experiências individuais, então não é pela Cláudia partilhar a experiência dela que está a menosprezar seja o que for.
Este comentário foi removido pelo autor.
Eu tinha escrito uma coisa grande aqui e isto foi-se (e não sou o Pedro de cima).
Vou tentar repetir mas vai sair mais à bruta que estou sem muito tempo.
O concerto da Aula Magna foi bom, apesar de estar ganho à partida. Eu sou um céptico por natureza (e um bocado duro de ouvido), e nunca tinha percebido magia dos National. Consigo lembrar-me do exacto momento em que o ouvi o Secret Meeting, que ainda é a minha canção favorita deles, mas mais do isso aquilo nunca me tocou.
É também comum aborrecer-me com concertos ganhos à partida, com música de traje de passeio. Mas ao fim de três músicas estava a pensar que aquilo estava a ser bom e que se fosse tão bom a partir dali era melhor ainda. Depois o tempo passou e eu continuei convencido.
Já tu nunca poderás ´repetir o concerto de Paredes de Coura. Viste aquilo na fase em que estava na altura, e tu própria estarias numa fase diferente da tua vida. Hoje por melhor que qualquer concerto fosse sabia-te a limonada cheia de açúcar.
E posto isto é claro que só estando nos dois se poderia comparar o que quer que fosse :)
Pedro, acho que não precisas de vir tu falar pela menina limão para eu perceber o que ela quer dizer, e acho que ninguém está a menosprezar nada (nem da minha parte nem da dela), e acho ainda que se estávamos aqui a partilhar experiências pessoais (que estávamos, de ambas as partes), não vejo razão para apreciar muito um certo tom de sermão que aí encontro. :D posto isso, reitero:
estou-me francamente nas tintas para os hypes. ou melhor, estou-me nas tintas para se há unanimidade cega ou não, para a desconfiança com um súbito apreço generalizado.
no caso dos The National, e em particular na Aula Magna, aquilo que eu senti foi que havia à minha volta pessoas verdadeiramente apaixonadas e comovidas com aquelas músicas, e foi muito bom poder partilhar desse entusiasmo. houve intimismo e houve raridade q.b. nunca tinha visto um concerto assim, e eu já tinha visto os National antes.
quando a discos, i've already spoken my word: o Boxer é uma pequena maravilha, de canções extraordinárias, nada inferior ao Alligator (aliás, acho-o musicalmente mais elaborado, até), mas o meu interesse em estar aqui a discutir esse assunto e tentar eleger um predilecto... bem, é assim mais ou menos equivalente a zero.
Pedro, que não és o Pedro de cima, you've spoken wise words all the way. :)
Saturna, não entendo essa insinuação de que o Pedro. veio comentar por mim. Acho normal que, identificando-se ele com o assunto, ainda por cima dizendo-lhe especial respeito por ter estado lá e por partilhar da mesma opinião que eu, se tenha pronunciado. E se o fez foi por discordar do que disseste e sendo esta uma discussão pública, está no seu direito de vir concordar comigo. O Pedro. disse algumas coisas que eu mesma subscrevo. Avaliando a tua reacção, tenho de concluir que de facto não compreendeste o que eu disse e que foste precipitada. Embora defendas que estamos apenas a partilhar as nossas experiências, acabaste por ir mais longe no comentário anterior.
1. Não vejo razão para te ser impensável imaginá-los há 3 anos: o Boxer é marcante e indispensável, sem dúvida, mas o Alligator é igualmente excelente (eu até continuo a preferir o Alligator) e todos os álbuns anteriores são muito bons. Não é difícil imaginar um concerto resultar excelente por ter escelentes canções, pois não? De resto, tudo o que ultrapassa esta questão é de facto uma inutilidade: se nenhum de nós viu os dois concertos, nenhum de nós estará interessado em especular sobre a intensidade ou o nível de qualidade. Eu nunca estive interessada nisso, não foi esse o propósito do meu comentário. Eu expliquei porque me é especial aquele concerto, pelas circunstâncias várias, o que o torna irrepetível. E isso é um facto que não põe em causa de modo algum o concerto na Aula Magna. Contrariamente ao que insinuaste, não estava a menosprezá-lo. ;)
2. quanto à questão do hype, subscrevo totalmente o Pedro - era aí que queria chegar e também não percebi essa investida "indie". (?!)
Agora, Pedro (Sousa), quando eu disse que tinha medo que eles não me conseguissem arrasar da mesma maneira, não estava a referir-me às circunstâncias em que conheci e ouvi posteriormente ao vivo a música About Today. Por acaso, essas circunstâncias hão-de sempre fazer com que me desfaça da mesma maneira ao ouvi-la. Do resto, é que tenho as minhas dúvidas. Como disse, eles não têm culpa, eu é que me cansei um pouco por causa do hype. Mas Guimarães lá estará para tirar a teima. E eu não sou daquelas que vai de pé atrás. Tenho medo, sim, mas vou de peito aberto e espero bem que me arrasem. :)
oh limão, não há aqui insinuações. por decoro e consideração, abstenho-me de me pronunciar sobre as razões do meu desagrado (aqui).
não acho que tu e o Pedro tenham razão em qualquer das coisas que me apontam como incorrectas ou precipitadas ou mal compreendidas e isso só me faz arrepender de não ter feito como a Rita e ter deixado o post sobre algo tão especial limitado ao interior da minha cabeça.
posto isto, acrescento: eu disse sem ambiguidade que me era impensável imaginar a altura certa para mim há 3 anos, porque sou admiradora incondicional do Boxer. a altura certa para mim é agora. mas acaso disse que me era imepnsável tê-los amado há 3 anos? bolas, quem me dera a mim ter estado lá. e bolas, quem me dera a mim não estar a ser tão mal lida, por quem me acusa a mim de ser precipitada.
quanto ao comentário indie, era preciso um bocadinho mais de humor e menos seriedade na leitura. mas esqueço-me que venho de uma máfia que tem todo um repertório de piadolas sobre os hypes e o ser ou não indie e que o resto das pessoas não tem necessariamente que as detectar/perceber. my mistake.
quanto ao resto, não há nada que sinta vontade de justificar, argumentar, whatever.
Ocorrem-me muitas coisas neste momento, mas para além de uma enorme desilusão que tenho em mãos neste momento, vou deixar muito claro apenas isto: sou, e pensava que tinha o direito de ser, tão parte interessada neste tema como a Cláudia, por gostar dos National e por tê-los vistos em Paredes de Coura. Que, por estar em sintonia com a Cláudia, me venham dizer o que tu disseste, é apenas patético, um pouco ofensivo e uma surpresa que não espero (não esperava) de certas pessoas.
li isto tudo e estou de acordo com quase tudo o que saturnine disse.
(não vi, nem conhecia os the national em 2005)
acrescento apenas que é impossível comparar os dois concertos porque os the national de 2008 não são os mesmos de 2005, mas nos discos a intensidade é a mesma, propaga-se é de formas diferentes.
Pedro, estás no teu direito, respeito. a mim, a honestidade e a franqueza deixam-me de consciência tranquila. aguento-me às minhas broncas, e disto fico só com a ideia de talvez repensar o que vale a pena partilhar (e com quem).
scavenger, concordo com isso do que dizes sobre a passagem do tempo e das mudanças. é como um comboio, se o apanhamos em estações diferentes, a perspectiva da viagem não será certamente a mesma. :)
Em 2005 eu não conhecia os National nem o Jameson de 18 anos. E deus me livre de ir a Paredes de Coura, que aquilo deve ser só casas-de-banho colectivas. Entretanto, com isto do preço do petróleo, o J18 está a quase 100 euros e eu nem sei onde estava no 25 de Abril, mas sei que era no estrangeiro. No dia 11 de Maio, do ano da graça de 2008, ali na terceira fila central, vi um concerto que me fez regressar ao meu 1988 e, se este blog fosse meu, passava-me logo se dissessem que tinha havido um melhor! :D
Ali, a meus braços. :')
(este parece-me um bom momento para referir que a minha etiqueta "planos para conquistar o mundo" teve inspiração em ti. >:) )
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