no verão passado, interrogávamo-nos sobre a nossa chegada aqui, sobre a natureza dos
weblogs (nunca cederei à deturpação do pindérico
blogue), sobre a nossa vontade de escrita, sobre o que nos fazia estar aqui. eu lembro-me de pensar nisto como uma casa de férias, onde viria de vez em quando, repousar a vista cansada das urbes cheias de movimento frenético. o pequeno apartamento imaginado acabou converter-se numa autêntica moradia, que nunca mais abandonei desde então, porque encontrei aqui a medida justa das minhas aspirações. aqui dentro, mesmo se não é verão, mesmo o que dói e o que está frio, estão próximos da ternura. de tudo o que escrevo faço ferida, arrancando as palavras à matéria do silêncio, e à distância nutro afecto pela memória dessas feridas, se graças a elas me deitei numa noite longa sobre cinzas, aguardando o regresso da luz prometida.
«(...) consolemo-nos das nossas amargas mágoas, fazendo-as vir à lembrança! As próprias provações têm uma certa doçura para o homem que muito sofreu, muito vagueou.»fala de Eumeu a Ulisses, disfarçado de mendigo
Odisseia | HomeroEtiquetas: blogspotting, compêndio de vocações inúteis, filosofia e metafísica quotidiana, ítaca
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial