o que mais há por esse mundo fora são espectros que se alongam, esguios, como as sombras das frustrações - sentimentos inacabados, vidas mal resolvidas. um jovem Tom Cruise (ainda longe dos tempos de
'Entrevista com o Vampiro') dizia em jeito de aforismo que
«tudo acaba mal, se não não acabava». e em certa medida, pode dizer-se que é verdade. por isso é que não seria de todo má ideia defender que - em certas situações particulares - se voltrasse atrás, que se recompusessem os laços por mais um momento, para que assim as coisas pudessem então acabar como deve ser, sem mágoas nem rancores, com uma despedida sã em que um
«Até à vista!» sossegasse os soluços do coração, antes martirizado de saudade inconclusiva. mais uma vez cito Mia Couto:
«Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal
só os mortos sabem morrer» *
por isso se poderia defender o voltar-se atrás -
«anda cá outra vez que não era nada disso que eu queria dizer!» -, para que, reconstruído o momento já com o coração no prego, se aprendesse a morrer mais um pouco. precisamos de mais vidas resolvidas. só assim poderemos novamente falar de amor.
* do Poema da despedidaEtiquetas: Mia Couto, morto amado nunca mais pára de morrer
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