the hard way
Mas aí é que está. viver à custa da lógica sem lógica dos posts é respiração assistida, sobrevivência com os dias contados à partida. Quer dizer, não me entendam mal, continuo a ser uma blogger profissional de alto nível. Continua a ser bonita a construção lírica dos dramas quotidianos. Gosto do poder simbólico das imagens e das letras e gosto da ideia de que isto anda sempre tudo ligado. Mas há outras coisas, a vida dentro da vida. Vivo melhor desde que penso menos - o que significa que penso melhor. Deixei de ter tempo para dizer coisas ao mundo quando descobri que bom bom é fazer as coisas.
Ufa, a adolescência já passou. Que alívio, foi só um sonho mau. Ainda sou uma personagem aqui dentro, mas já não uma little trouble girl. Sou apenas uma regular girl com um conhecimento preciso do inferno. Este ano, troquei The National pela Sharon Jones e os seus Dap Kings e soube-me bem. Ah e tal, a depressão é muito fixe e coiso, mas na hora da verdade o soul é que rula.
Sharon Jones & The Dap Kings | I learned the hard way
Etiquetas: a minha vida dava um post, against demons, carpe diem
posted by saturnine | 10:41 |
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11 Comentários:
ainda bem que voltaste.
crescer, e perder tempo, e cabeça, e disponibilidade para escrever as coisas boas que tínhamos para dizer é um salto tão assustador como gracioso.
assustador, porque tal como na entrada da puberdade ou na vida de jovem adulto, ninguém nos avisou que aquilo chegava quer quiséssemos quer não. gracioso, porque é dessa crisálida que sai o nosso melhor eu, o eu de agora.
não se pode é sucumbir ao serpentear da habituação e do comodismo; fazer muito, fazer muito, não parar de escrever. a dada altura já não olharemos para os nossos escritos antigos como a mais perfeita forma de expressão, mas sim como o equivalente literário e sentimental daquelas calças à boca de sino que nos anos 80 eram de morrer por.
:)
lembrei-me disto
http://fora-de-prazo.blogspot.com/2010/03/i-love-us.html
a propósito disto
:D fuck yeah!
(um «fuck yeah» com muita soul, é o que é.)
belo postal :-)
não acho que a vida nos coma as palavras à medida que avança, mas antes, que elas (as palavras) vão perdendo peso enquanto seguimos em frente; subtraímos-lhes importância, na medida em que se vão tornando um dado adquirido, e por isso se vai sendo menos necessária a partilha, esse desabafo.
e eu que sou um gajo todo "p'ra cima", desta vez optei por ir deprimir um bocadinho com os The National.
a "adolescência" vai e vem, à medida que envelhecemos. prepara-te.
*
harness, só me ocorre dizer: :)
Limona, fuck YEAH! é a expressão indicada. :)
Pedro, tens razão. é o peso das palavras que diminui quando a importância das coisas se relativiza cada vez mais. e eu suspeitava disso... da assombração perpétua da adolescência. :)
tenho uma pontinha de inveja por não ter podido ver National, mas a verdade é que eu estava num comprimento de onda diferente e quis aproveitá-lo ao máximo. em breve, talvez.
Também troquei os the national pela sharon jones no meco, por razões semelhantes, e não me arrependi nem um pouco ;)Energia telúrica em estado puro, intensidade da melhor que há. Há inevitabilidades que nos condicionam o estado de espírito e depois há a margem de manobra da escolha, do fazer mais e pensar menos, de puxar até nós as coisas boas e as 'good vibes'. Sharon jones foi o melhor concerto do Verão (até ao momento).
m., é isso. gosto muito de National, mas já os vi 3 vezes e de cada vez morri sempre um bocadinho. estava a precisar de sentir antes as boas vibrações e decidi aproveitar o soul. também não me arrependo nadinha. :)
Hey.
hey. :)
Sal.
no amor
na àgua do mar
... ou nos cogumelos gratinados
always a life saver :)
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