Abril é e não é o mais cruel dos meses
não é possível (ou melhor, não me apetece) explicar a ansiedade fina, como uma ardência muito subtil, com que aguardo os primeiros dias de primavera. há toda uma série de clichés que o meu corpo aguarda expectante, e às quais responde com renovada alegria. o cheiro do jasmim, das glicínias e dos lilases, misturado com o sol que aquece as paredes e os muros, misturado com o tempo roubado ao trabalho para não fazer nada senão as pequenas coisas inúteis que dão prazer... é verdade que durmo melhor na primavera, e suspeito até que sou melhor pessoa. aguardo já um pouco impacinte pelos perfumes quase a despontar e percebo subitamente que, talvez por causa deles, dos condicionamentos da poesia e da memória afectiva, só leio Ana Teresa Pereira uma vez por ano, e é na estação que está prestes a começar. depois, mais lá para o fim, vem a cereja literal em cima do bolo: o reinado breve, mas poderoso, das cerejas. não há nada que me faça tão feliz em Maio quanto as cerejas. se bem que talvez este ano consiga prever uma excepção:
The National | Terrible Love
Etiquetas: Ana Teresa Pereira, april was the cruellest month, matéria solar, o exílio e o reino, The National, you must believe in spring
posted by saturnine | 10:24 |
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