gosto do Manuel de Freitas porque o descobri numa altura em que descobria também uma certa beleza do desencanto, cenário em que ele - o Manuel de Freitas - se convertia para mim no poeta icónico dos destroços do quotidiano, dos gestos banais, em que a poesia perde uma certa qualidade quintessencial mas ganha uma riqueza que advém dos jogos da literalidade. ontem à noite recordei-o ao ver o meu próprio quotidiano esquartinhado, comprimido e oprimido pelas forças implacáveis de uma rotina subjugadora, que quase não me deixa tempo para respirar quanto mais para a poesia e me leva furiosamente ao (re)encontro do
manifesto pela proibição do trabalho:
A fome, o desamor, o desabrigo,
nenhum mal é comparável à miséria
dum emprego
Manuel de Freitas / José Miguel Silva
in WalkmenEtiquetas: all work and no play, as coisas que me passam pela cabeça, grandes amores, Manuel de Freitas, poesia
5 Comentários:
tu sabes: não és assim tão pequenina *
às vezes esqueço-me, é o problema. :)
na editora Averno encontrarás mais e outros poetas também desencantados.
obrigada. :)
Obrigado por me lembrar (via Manuel de Freitas) o quão feliz sou por já não ter a miséria dum emprego
:-)
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