raramente me digno a fazer aquilo que se poderia chamar de
comentar a actualidade. quase nada me interessa a esse ponto. mas como qualquer bom mafarrico, aprecio um bom momento de humor. por isso, a excepção de hoje: João Pereira Coutinho é um beto. e ainda por cima um beto da pior espécie, um beto que tem a mania. à laia daqueles escritores refundidos, medíocres, que habitualmente vagabundeiam pelas livrarias em busca dos seus próprios livros, que geralmente não estão disponíveis porque na verdade não interessam a ninguém, eis que JPC se faz valer da única coisa que o diferencia da referida classe - o facto de possuir espaço para
expressar-se publicamente - para vir fazer uma queixinha. então não é que os funcionários de uma certa e determinada multinacional ligada à distribuição cultural cujo nome começa por F e termina em C - esses apedeutas analfabetos - espetaram com a sua
"Avenida Paulista" na secção da literatura brasileira? coitadiiiiiiinho. o mais cómico no meio desta queixinha, é a forma bacoca como o cronista acaba por pseudo-ironizar este suposto "exílio" da secção da literatura portuguesa, afirmando que não é de estranhar, uma vez que ele próprio já se auto-exilara havia tempos, ao afirmar que poucos são os autores portugueses que lhe interessam. só me ocorre dizer: bem feita!
-----------------------------------------------------------------nota à margem, com esclarecimento: João Pereira Coutinho é actualmente cronista do Expresso, tendo assinado a referida "nota humorística" na revista Única, e não se envergonhando de a repetir aqui.
não duvidando que o facto relatado tenha acontecido nessa tal de Fnac do Chiado, a verdade é que nas Fnacs que habitualmente frequento (a norte) o livro do dito cujo está bem arrumadinho na secção a que pertence. posto isto, só me ocorre outra conclusão: tenho para mim que foram os apedeutas analfabetos da baixa lisboeta que quiseram fazer-lhe judiarias por ser um gajo do Porto. Etiquetas: achados imperdíveis, livro de reclamações
9 Comentários:
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(eu não conheço o tal do JCP, mas gosto do estilo mafarrico da nota)
Ah
Estas ondas de choque no mínimo são cómicas. Mais, decerto, do que o tal artigo que dá, no máximo, para um bocejo... e esse era ainda assim o melhor dos três que encontrei, à pesquisa. Mas sempre concordo com ele quando diz que "Deus não dorme".
(não sei se vais ler isto... adriano, mandei-te um e-mail, penso que agora nunca vais lá, por isso deixo-te aqui este recado. saturnine, desculpa)
por acaso ele até gosta do nobel saramago. a última vez que falou nisso (que me lembre) foi para "recensear" as intermitência da morte - disse na altura ser dos melhores de saramago dos últimos tempos, com um muito bom primeiro terço e uns apenas razoáveis dois terços finais.
lol
posso garantir-te que, ao contrário do habitual, acabo de ler uma nota sobre a actualidade em primeira mão num blog, sem ter ainda dado por outros que a comentem. (regra geral a ordem do dia é comum a muitos blogs)
MEC e Mexia: nos antípodas. Num fervilham as ideias (um génio, o maior génio português que temos a sorte de estar vivo, apesar da má vida que levou durante anos), o outro é mais de aforismos para os quais já não há pachorra (umas tiradas são boas, outras assim-assim e outras absolutamente descabidas, já para não falar da poesia - à latrina, à latrina!).
Numa coisa estamos de acordo: o João Pereira Coutinho está a anos-luz de ambos, não só em pensamento, criatividade e escrita, mas também porque faz dieta (e portanto, não tem o peso deles) e porque lava os pés em água de rosas todas as noites antes de se ir deitar. E não há nada pior do que um tipo que lava seja o que for em água de rosas. Da pior espécie, indeed.
matilde: é um cronista que escreve na Única.
Samuel: ah.
mr: large: isso é irrelevante (o exemplo que eu usei, isto é). a ideia a reter é o ridículo de afirmar publicamente que poucos são os escritores portugueses dignos de nota.
N: então basicamente eu hoje fiz uma pequenina revolução, ehehehe... ;)
m.m: need I say more? :)
para os interessados ele também escreve aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult2707u19.shtml
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