ontem voei. tive uns bons 10 segundos de imortalidade. flutuei no vazio terrorífico do tempo que se suspende, por breves instantes, tal como a minha respiração, também sustida. nenhum som em redor senão o cavalgar desenfreado do meu coração a querer saltar para fora do peito. faltando-nos o chão sob os pés, e é tão claro como o medo é, apesar de tudo, a garantia da sobrevivência; a única coisa que nos separa - na maioria das vezes - da auto-destruição, mecanismo automático que é da auto-preservação. ontem arrisquei desafiar os (meus) limites, e os do meu pobre coração insuficiente. quando me queria arrepender, já era tarde de mais. já estava suspensa sobre o vazio, a iniciar cerca de 20 metros de queda livre em direcção ao mundo vagamente presente lá em baixo. num instante senti que morria, noutro um resíduo de importalidade, para o qual não há palavras nem comparação. quem disse que aos homens não estão acessíveis as coisas dos deuses?
Etiquetas: a minha vida dava um post, do medo, planos para dominar o mundo
3 Comentários:
uau!
É um sonho recorrente, embora infrequente, nas minhas noites; pena que não o consiga chamar, mas quando vem é especial. A sensação real do corpo a levitar e dirigido só pelo pensamento, a velocidade entre cabos de alta tensão, ou devagar num salão de tectos altos. Poder ir. A planar na Serra da Estrela já aconteceu mas assim, de uma ponte abaixo, pulmões ao ar... posso apenas imaginar, ou nem isso.
Solavanco no estômago... Acho que caí contigo.
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