and then the demons strike back
desafio-vos a encontrarem canção mais triste que esta. a canção tem o dom de ser, por si, triste. sabemo-lo pelo tom melancólico, dramaticamente contido, como uma valsa soturna em tom de despedida. e depois sabemos o que está dentro da canção: Robert Forster perdeu um irmão. um irmão que deixara a canção quase escrita e morreu antes que ela visse a luz do dia. em tudo na voz de Forster transparece essa herança, essa perda descomunal, impossível de conceber, essa falha grave do mundo. a canção, portanto, carrega toda a tristeza impossível de nomear e, ironicamente, afigura-se demoníaca. desafio-vos. não há nada mais assombrado do que isto, numa noite assombrada assim por tantos demónios e tantas perdas.
Robert Forster | Demon Days
In these demon days
We’re pulling our pay
The lights on the hill
Are freezing us still
The fingers of fate
Stretch out and take
Us to a night
But something’s not right
Something’s gone wrong
The half whispered hopes
The dreams that we smoked
Puffed up and ran
As only dreams can
Dreamt by the young
Sparks to be sung
In places so bright
But something’s not right
Something’s gone wrong
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* Mia Couto
Etiquetas: drogas duras, música para o dia de hoje, o ponto de vista dos demónios
posted by saturnine | 01:53 |
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6 Comentários:
"The half whispered hopes
The dreams that we smoked
Puffed up and ran"
isto de sobreviver aos dias é uma negociação. uma trégua, um espaço conquistado a custo
para as duas: ***
Vir aqui e ficar a ouvir. :)
à hora marcada 'todo o inferno nos vem à boca'.
a música é mesmo triste. e linda, bolas*
é mesmo. (engolindo em seco) :|
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