Now it's dark
não eram fáceis, os lugares a que Twin Peaks conduzia. mas eram familiares e fascinantes: como a possibilidade de um lugar a que pertencer, todo aquele que se sente demasiado estranho para este mundo; como o conforto que Gregor Samsa certamente sentiria se a qualquer momento se visse a habitar um mundo inteiro de pessoas feitas barata. o reconhecimento no que é estranho e bizarro, onde a realidade nem sempre se distingue, não precisa de ser nomeado. ainda que a idade adulta nos ensine a ter nomes para as coisas:
"I like darkness and confusion and absurdity, but I like to know that there could be a little door that you could go out into a safe life area of happiness."
David Lynch
e a música. a música, foda-se. Angelo Badalamenti e Julee Cruise, directamente para o reservatório do coração. fica atenta, limão. não te descreverei um caminho. dar-te-ei a mão e percorrê-lo-ei contigo. e espancar-te-ei se te atreveres a não morrer imediatamente de amor.
Etiquetas: grandes amores, twin peaks
posted by saturnine | 01:40 |
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10 Comentários:
eu gostava muito de ver o «Twin Peaks».
aqui, gostei da maneira como falas e relacionas com a ideia de estranheza perante um universo que nos é estranho e onde é difícil distinguir o real do irreal; mas sobretudo da maneira como (se entendi bem) colocas a possibilidade de haver quem sinta necessidade desse universo paea se sentir um pouco "mais em casa".
e daí, se calhar baralhei-me muito...
Sabes como ouço isto? Em vinil. :) Tenho um vinil, algures num armário - noutra casa onde já não vivo, mas sei tão bem onde ele está - a que volto muitas vezes. Com pó na agulha e tudo o mais. Mas esta música dói-me, por uma história que não me apetece contar.
Tenho sempre medo de a ouvir. Mas, hoje, consegui chegar ao fim dos 2 tubes só com um nó da garganta (muito forte) e sem chorar.
Estarei a crescer? :P Isso sim, seria verdadeira razão para o medo.
O David Lynch dá-me sono! Invariavelmente, apesar das inúmeras tentativa de quem me rodeia para tentar que eu aprecie os momentos...adormeço.
Adormecia no Twin Peaks, vi o Blue Velvet e 3 prestações (a minha amiga insistiu até poder) e quase adormeci no cinema com o Lost Highway...
Apesar disso - e era iso que queria escrever-te -, há muito tempo que não encontrava um blog com tão bom aspecto!
maria, não te baralhaste, era isso.:)
a, que inveja. tinha uma amiga que também tinha isso em vinil na altura, eu nunca tive. mas tenho em CD, bso da série e do silme. serve para o gasto.:)
mir, só tenho que agradecer e fechar os olhos a esta heresia (mas que consigo perceber bem, contudo). ;)
oh minha coisinha fofinha de bochechas apertáveis (limão em modo piroso): eu tenho o álbum da Julee Cruise "Floating Into The Night", produzido pelo Lynch e pelo Badalamenti, sem fazer a mínima ideia, imagina, que é a bso da série.
eu adoro estas músicas, acho-as perfeitas na sua edificação do mistério, do desconhecido e da escuridão. agora que vejo o genérico acho-a simplesmente brilhante! e o genérico tem também essa mestria, pela conjugação das imagens e pelo ritmo, de criação de uma atmosfera imponente e misteriosa.
fazemos o seguinte, quando eu tiver dinheiro, vou à fnac e compro a série toda e se quiseres mesmo percorrer esse caminho comigo, acompanhas-me noite dentro nesta aventura pela escuridão. que dizes?
lol :')
em primeiro lugar: não só não me desiludiste como ainda me surpreendeste pela positiva. :')
eu própria tenho intenção de fazer esse raid à Fnac (estou à espera do mesmo). quando uma de nós o tiver conseguido, faremos altas noitadas de maratonas lyncheanas, pois claro.
:)
mas eu era capaz de te desiludir?
(*assobiando para o lado*)
já tu...desiludiste-me. (ver caixa de comentários alheia)
txiii... e eu agora lá saberei que caixa é essa? só com gps. :p
ahaha, parece-me que neste momento é muito fácil descobrir qual é. ;)
so dark...
(happy being sad)
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