a maior das tristezas não foi a chuva, não foi o frio, não foi o dormir numa tenda húmida, não foi o não poder mergulhar no mar nas horas mortas, não foi o não ter um duche quente para tomar ao fim do dia. a maior das tristezas de Paredes de Coura foi o adormecimento. quando se é abalroado a sul por tanta emoção, resta pouco depois para o que vier a norte. fiquei indiferente a quase tudo, e ao que não ficaria indiferente estive ausente, porque apesar de tudo a chuva e o frio e o dormir numa tenda húmida e o não poder mergulhar no mar nas horas mortas e o não ter um duche quente para tomar ao fim do dia também são uma tristeza quando se traduzem em constipação. fui a Paredes para ver Sonic Youth, vim embora sem ter visto, tendo pelo meio desejado desaparecer (completamente, como o Thom Yorke), tendo desejado que o mundo parasse. o que eu murmurei secretamente todo o tempo, enquanto o meu coração implodia de falta de comoção, era gimme something fast. o que eu desejava era que um desconhecido se virasse para mim e não me oferecesse flores, mas me dissesse sem qualquer sombra de dúvida: hold on, magnolia. também não vi Dinosaur Jr, logo eu que esperava pelo menos ver o rosto do Lou Barlow. o mundo não é lugar para mim à 1h da manhã. pela primeira vez penso que pode ser isto começar a envelhecer.Etiquetas: as coisas que me passam pela cabeça, fruta esquisita menina aflita
1 Comentários:
"o mundo não é lugar para mim à 1h da manhã. pela primeira vez penso que pode ser isto começar a envelhecer."
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