The Libertine
The Libertine | Wind in The Wires
para já, o melhor concerto do ano. contra todas as probabilidades (ou não), mais perto do coração que o Bonnie e o Micah, todos no Theatro Circo. digo eu que aquela sala tem magia. não sei como teria sido ver ao vivo o Patrick Wolf de "Wind in the wires" há dois anos atrás, mas teria sido um desgosto perder este homem novo, tocado pela joie de vivre, ainda que - como sempre - vagamente estranho e saturnino. um rapaz com ar de criança mas com muita idade dentro. um ser de uma beleza impossível de circunscrever, híbrido nos afectos, extraordinário na expressão. impressiona-me como se mantém ambíguo: um certo ar frágil que alterna com um qualquer je ne sais quoi animalesco que me faz pensar nele como um bicho a correr para o interior negro de uma floresta. e que lindo bicho, espécime raro. do género que não, não se pode levar para casa, mas que seguiria a correr, descalça, para o interior da floresta. gosto deste Patrick Wolf renovado, pop vagamente gay, restituído à sua condição morena original. não tivemos "Augustine" nem "The Libertine", mas tivemos outros momentos e, acima de tudo, a possibilidade de uma revelação: um prodígio da natureza - não me surpreende por que lhe prenunciem substância para ser o digno sucessor de David Bowie.
procuro esquecer a calça justa com padrão zebra que me ofuscou e manteve hipnotizada durante todo o tempo que estive à frente do palco. invejei-lhe a blusa. entrou de meias, sem sapatos, o rapaz. depois tirou as meias e uma miúda roubou-lhas. achei arriscado, mas ele garantiu que eram lavadas. eu só lhe consegui roubar dois beijos, dois autógrafos, e duas fotografias. em compensação pelos dois concertos a que deveria ter assistido (acabou por ser só um).
e foram os primeiros beijos, as primeiras fotografias, os primeiros autógrafos da minha vida. nunca tinha estado tão próxima de um ser que amasse tão à distância. um rapaz. tímido, meigo, simpático. com uma t-shirt igual à minha. 40 cm mais alto. sim, isto sou eu a dar pela cintura do licantropo:
Etiquetas: grandes amores, Patrick Wolf, you came on like a punch in the heart
posted by saturnine | 01:36 |
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3 Comentários:
agora é que tu me lixaste. não, agora é que não te perdoo mesmo. bem, talvez te perdoe um bocadinho pela sedutora e doce descrição pós-acto.
nunca me teria lembrado de fazer uma espera ao rapaz se não fossem as pessoas que estavam comigo. ainda bem. ia tendo um colapso nervoso quando o vi sair ali porta fora e quase só à força de uns abanões voltei a acordar para a vida e me vi capaz de o abordar. tão querido, tão meigo, tão disponível, tão próximo, eu a dizer "i'm sorry we're such a pain in the ass" e ele "no, no, you're not" e eu "it's just that we love you very much" e ele a sorrir e a fazer promessas de cá voltar e tocar a "Libertine" e nós a dizer que lhe levamos ukuleles de reserva, 'just in case'... nem eu estava à espera de ir ao encontro da melhor coisa da minha vida. :') se enviares um mail para calamity.spot[at]gmail.com, dou-te um presente. *
e beware! vêm aí posts de homenagem em breve!
NÃO, EU NÃO CONSIGO SER MAIS PITA QUE TU. GANHAS SEMPRE :(
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