M., obrigada
Elizabeth Bishop
A arte de perder não é difícil de dominar;
tantas coisas parecem dotadas da intenção
de serem perdidas que a sua perda não é nenhuma tragédia.
Perde qualquer coisa todos os dias. Aceita o incómodo
de chaves perdidas, da hora mal passada.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Depois pratica perder mais ainda, perder mais rápido:
lugares, e nomes, e onde quer que desejasses
viajar. Nada disto provocará uma tragédia.
Perdi o relógio da minha mãe. E repara! a minha última, ou
penúltima, de três casas amadas desapareceu.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Perdi duas cidades, lindas que eram. E, mais vasto ainda,
alguns reinos que possuía, dois rios, um continente.
Sinto a sua falta, mas não foi uma tragédia.
— Até mesmo perder-te (a voz que graceja, um gesto
que amo) não é mentira nenhuma. É evidente
que a arte de perder não é difícil de dominar
embora se pareça com (anota-o!) com uma tragédia.
tinhas razão, pois. bela tradução.
Etiquetas: poesia
posted by saturnine | 12:26 |
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3 Comentários:
M. diz Ora Essa e estende ainda para R.:
Eu queria o movimento, a inútil beleza
de tudo. Terraços sobre ruas estrangeiras,
solos de trompete. In the evening when
the day is through. Não era o amor, era
uma alegria mais complicada.
Rui Pires Cabral
enches-me de cosias bonitas, eu não mereço, eu não mereço. :')
se soubesses como sse poema, que eu desconhecia, me tem feito falta. *
Este poema é lindíssimo. Vou guardá-lo junto de mim, talvez aprenda a perder.
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