eram poucas as vozes a sustentar a noite. encontrávamo-nos porque, no meio do silêncio, ouvíamos o som dos nossos passos. falávamos dos blogs como casas, lugares recortados de sol, não se percebia que forma de existência era esta. por entre as palavras, silenciosamente, descobria-se a natureza dos abraços.
agora escrevo pouco e leio praticamente nada. aí uma vez por ano bate-me a saudade absurda dos amigos demasiado distantes, apenas porque a distância é uma comodidade, e porque o coração se encosta sempre ao lado onde a respiração é mais fácil. a falta, quando se avoluma, é um empecilho à citação. por isso me abstenho de nomes, listas, resigno-me à esperança de que cada um saiba que falo para si. vou largando breves acenos, como Agnès de Kundera. recordo-me de um canto escuro que tudo sabia, que o Hugo (ford mustang) também conhecia, e da Sofia (natureza do mal) que sofria de um mal de espanto. e de Ossanha, traidor, que me desapareceu da vista para sempre.
Etiquetas: blogspotting, início
posted by saturnine | 22:18 |
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1 Comentários:
ainda não se percebe que forma de existência é esta. também agora me acontece ler pouco, perder o hábito de navegar. por vezes também salto a cerca. como agora. e não acho que escreves pouco. escreves poucas vezes sim. escreves muito. sempre escreveste.
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