edição especial: os recortes do Mal
Se ao menos eu emagrecesse.
Fosse mineral a tristeza.
Anoitecesse sem sobressalto às nove.
Sentisse alguma coisa
como diz que sente o rapaz dos Correios.
Pudesse ter férias de mim,
três dias por cada ano.
Envelhecesse na relva
mas com a Lise Ekhdal ou a Carla Bruni.
Ou nos bosques ao sub cheiro das hifas.
E todos entregues à serenidade dos gestos.
Mesmo que fosse um jogo.
Se tivesse que ser um jogo que fosse o do amor.
* * *
Um dos seus bloggers favoritos chamou-lhe lírica incorrigível e ela fez jus a esse nome inicial. Ela sabe quando a brisa é só um pressentimento das ramadas mais altas. Ela detecta os venenos que param a circulação, rebentam nos sacos ou se acumulam na raiz dos cabelos. Mas o seu coração não conhece o mal. Ela cuida do sem abrigo. Sabe que somos antigos como os animais nossos irmãos, as árvores, os fungos e as bactérias, e como elas destinados a desaparecer sem outra notícia. Mas o seu rasto é decifrável porque escreve sempre as letras com que o dia se declara novo.
© Luís
<.fico muda de espanto.>
Etiquetas: a natureza do mal, retalhos e recortes
posted by saturnine | 12:50 |
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