tenho acima de tudo saudades dos do Mal. não é por nada, é só porque é lá que pertenço, desde que os encontrei numa noite improvável de 2003, o Luís escrevendo da prisão, a Sofia sofrendo de um mal de espanto (não tinham ainda chegado os outros). e depois há outras coisas inexplicáveis, que estão numa certa inclinação dos olhares, que as palavras não descrevem.
e do tempo dual, a quem devo a existência, dói-me a sombra parada sobre a página branca.
algo mais que isto, é já violência excessiva. não consigo abandonar a minha condição de mínimo. mas eu tenho o que dizer, só não tenho é o modo de dizê-lo. as pessoas que me fazem falta, os lugares, os seus rostos iluminados, as suas vozes apaziguadoras nas difíceis horas nocturnas, por vezes ainda menos que isso, um gesto longínquo. dói-me a distância que a sede impõe. devia estar mais perto da Sarah, da Inês, do Paradoxo, do Bruno, do Paulo, do Pedro, do Ossanha Traidor que nos abandonou à mercê da enfermidade, o jpn, do Alexandre e da Alexandra e da outra Alexandra, do jcb.
o que vale são aqueles que me sustentam: o passeio alegre, o húmus, o vazio bonito, o acknowledge yourself. o mundo é um lugar solitário, a noite um deserto demasiado vasto, por isso abençoados sejam os amigos clicáveis, que assim estão sempre lá, mesmo quando não estão. há qualquer coisa de errado neste princípio de verão, ou então eu é que adentrei a estação pelo lado errado da noite. não sei. é qualquer coisa, um estremecimento, um rumor, qualquer coisa que arde. milhares de coisas me assaltam o espírito em simultâneo. a frase que me define - que farei quando tudo arde? - a memória de Al Berto, e uma urgência incontornável: give me something fast.
Etiquetas: a natureza do mal, amigos, declarações de emergência
posted by saturnine | 11:07 |
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