a primeira vez que parti, ia de cabeça baixa e coração apertado, como sempre quando se vai em direcção ao desconhecido. e o que eu desconhecia era o apelo da terra, o chamamento do arvoredo. eu partia para um exílio, de raízes magoadas nas mãos. não fazia ideia da dimensão da noite no alto da serra. passei a viver de malas feitas, roupa dobrada fora dos armários, coração adiado para o dia seguinte. passei a viver na margem dos regressos. do que eu não suspeitava era do arrebatamento da sede. descobrir o silêncio no abismo negro da distância, e dele fazer o meu lugar. eu já não sou daqui. pertenço ao lugar daqueles olhos verdes que estão longe, onde não há mais nada, onde há só essa água que é o bálsamo para as feridas antigas.
Etiquetas: um lugar onde pousar a cabeça, um rumor no arvoredo
posted by saturnine | 22:31 |
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