«Porquê? Por que razão, quando olhamos para trás, o que era bonito se torna quebradiço, revelando verdades amargas? (...)
Contudo, fomos felizes. Por vezes, quando o final é doloroso, a recordação trai a felicidade. Porque é que a felicidade só é verdadeira quando o é para sempre? Por que razão só pode ter um final doloroso quando já era doloroso, ainda que não tivéssemos consciência disso, ainda que o ignorássemos?
* * *
Será esta tristeza mais do que a tristeza pura? É ela que nos invade quando as boas recodações se tornam quebradiças ao vermos que aquela felicidade não se alimentava da situação de momento, mas antes de uma promessa que nunca se cumpriu?
* * *
Soneguei a Hannah. Sei que sonegar alguém é uma variação discreta da traição. Por fora, não é possível ver se se está a sonegar alguém, ou apenas a usar de discrição, a ser respeitador, a evitar situações delicadas e aborrecimentos. Mas aquele que sonega sabe muito bem o que está a fazer. E do mesmo modo, o sonegar é tão grave numa relação como outras formas mais espectaculares de traição.»
O Leitor
Bernhard Schlink
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será possível que nada se cumprisse? a mentira fajarda que vem depois, que arrasta consigo o lodo e o limo e tudo o que dói, porque se transforma ela no engano gigantesco que (afinal... - dizemos) nunca foi o amor? perpetuamente, perguntamos porquê. porque é que a mentira fajarda, que vem depois, transforma a felicidade em engano, equívoco, em memória atraiçoada? se, apesar de tudo, fomos felizes...
posted by saturnine | 22:27 |
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