no outro lado da sala de espera da estação de comboios estava uma rapariga sentada, sozinha e silenciosa, como eu. muito bonita. olhei discretamente para ela durante alguns minutos, enquanto esperava. porque era bonita. depois chegou um rapaz que se dirigiu a ela, e eis o instantâneo digno de registo: a rapariga, à chegada do rapaz, ruborizou até à raiz dos cabelos, e continuou a ruborizar até ao momento em que, quase cerimoniosamente e com uma lentidão que bem reconheci, se aproximaram para se beijar. como é inequívoco o amor recente, os seus ardentes constrangimentos, e o valor intensamente violento da intimidade... pensei que também me deverá ter acontecido, alguma vez no passado, ruborizar assim na estação de comboios, à chegada de um íntimo desconhecido.
posted by saturnine | 23:54 |
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