é inequívoco que não há uma falta incompensável, que o amor há-de surgir, que mesmo as feridas que o tempo não cura não permanecerão sempre em carne viva. não é só a tua falta, à qual hei-de habituar-me, que aniquila a minha vontade de seguir além do desencontro: é a memória dos cheiros, do teu cheiro absolutamente perfeito, que não sei distinguir de mim, é isso que me faz mais falta, que estranho algum que me apareça poderá trazer-me de volta. é pela ausência do cheiro que tem a tua pele na curva do pescoço que sei que para sempre te perdi. não há consolo para o desamparo das ternuras. é matéria viva que se estilhaça, se preciso aprender a separar de mim o peso esmagador da memória.
posted by saturnine | 21:44 |
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