uns dizem-me que ao vivo sou menos obsessiva, menos bulímica (e eu acrescento, menos desesperada). é verdade. as coisas presentes distraem-me da incerteza dos dias. é verdade que faço das tripas coração, que por isso me dói o corpo o dia inteiro, mas que ainda assim é possível sorrir, e só neste sossego que eu não queria, nesta devastação que eu não procurava, algo em mim se desagrega e se parte. esperei o verão como quem espera a liberdade, e agora encontro-me na humilhação do abandono em plena praia. que é feito dessa fibra de mim capaz de ver para além das nuvens negras que me enchem os olhos de sombras?
(dizem-me que sou acrobata das emoções. quem mais consegue esta ginástica, de tocar tão distintos picos em tão pouco tempo?)
tenho uma ferida que nunca há-de sarar.
posted by saturnine | 19:45 |
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