Puto Paradoxo
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há um ano que, em silêncio, lhe sigo os passos para saber que destino têm (teriam) as palavras. se seria possível que o tempo sanasse certas dores de crescimento. hoje sei que não, e o Puto já o sabia também. escrevo para fechar a ferida aberta cá dentro. ou, como dizia Mia Couto
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo
não há outro poema no mundo como este. não há outro em que esteja tanto mundo e tanto eu. com este poema, todos os anos nas cinzas me deito, nas cinzas morro, ao frio acordo.
posted by saturnine | 20:05 |
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