sabes que escrevo com as mãos frias. escrevo como quem escava, violento os dedos pálidos que desfalecem no rigor do inverno no interior deste quarto. há uma janela fechada e um telefone que hoje não toca. recordo vagamente este lugar, noutros tempos. recordo o mesmo frio, o mesmo canto escuro que tudo sabe de mim, este mesmo aperto no peito que é a minha respiração interna, e sempre sempre sempre a falta de alguma coisa, de um suspiro teu, um sopro, um afago, ou um vento quente pela noite, qualquer coisa que me acolha. há-de passar. a noite longa não durará para sempre. há já cheiro a pêssegos nos teus cabelos.
Etiquetas: aquele canto escuro que tudo sabe, do frio, fruta esquisita menina aflita, o ponto de vista dos demónios
posted by saturnine | 23:15 |
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