em carne viva
acordou esta noite o buraco no peito, grita e lateja e arde, e à minha volta cresce a noite negra onde aquele canto que tudo sabe me descobre. escrevo como quem escava, pouco há de mim que resista ao deserto. vivo em pleno desencontro, auscultando as ruínas dos sonhos desfeitos. passo os dias a procurar-me entre os escombros.
por vezes acontece doer-me a tua ausência - porque estás aqui mas há muito já partiste para sempre - e em momentos assim, como este, dispo-me de tudo, da própria pele, entristeço mais um pouco, definho e desapareço aos poucos num choro sossegadinho, disfarçado, de que ninguém suspeita.
Etiquetas: escrever, exercícios de anatomia, fruta esquisita menina aflita
posted by saturnine | 23:47 |
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