não queria. juro que não queria. este tempo todo fugi porque não queria. mas hoje voltei a entrar naquele quarto. a porta rangeu quando a abri, o escuro escapou-se e cobriu-me as mãos antes ainda de perceber a mesma humidade fria agarrada às paredes. não é o vento do deserto, não é a memória das unhas roídas, não são os olhos a fitar-me do fundo do abismo. é apenas silêncio e treva, um desmoronamento interior, uma ruína de alma, uma secura nos lábios porque o mundo afinal não se cumpre nas palavras. é um olhar a morte nos olhos, sabê-la matéria da nossa matéria, não um desejo de morrer, nunca desejo de morrer, saber apenas que, a cada dia, se morre.
* a little girl lost in the woods.Etiquetas: aquele canto escuro que tudo sabe, fruta esquisita menina aflita
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