é este o mês que temo, e ei-lo que chegou e me encontrou ainda desprevenida, ainda atrasada, resgatando apressada o que de mim ainda permanece em Outubro. novamente o chão de cinzas, a certeza de um inferno mais abaixo, e o meu corpo acomodado à medida desse plano de terra. um cinzento inequívoco, que é o que anuncia que o inverno já está por dentro da massa febril destes dias curtos, demasiado curtos para que caiba neles um qualquer sonho de amor. aproxima-se o dia que me aflige, logo me contorço em arrepio, Novembro é um mês de medo de espanto de assombro, fala-me novamente esse
canto que tão bem me conhece do que não posso, do escuro que transborda das minhas pálpebras e me faz transportar dias mais negros. nunca se sabe do pouco que se morre em cada estação que passa, até que um fosso de tempo nos conceda a visão lúcida da distância. morro, mais uma vez, porque me
ensinaste que é preciso morrer para renascer. aprendi o desfalecimento das fénix. ardo e sucumbo. mas como Perséfone, regresso. ou como dizia um outro,
eu vou mas volto.Etiquetas: afirmações identitárias, and death shall have no dominion, aquele canto escuro que tudo sabe, fruto saturnino (conhecimento do inferno)
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