A errância pode ser uma maldição, mas não esqueçamos que é também a suprema liberdade, a liberdade total de abrir caminho, de suportar a lonjura das raízes, de aguentar o brilho, tantas vezes excessivo, de outras verdades que quase nos cegam.
E a errância maldita sobre todas as outras não é a do nomadismo do corpo, sobretudo quando envolta em mundana glória: a praga indelével vem com a errância da alma sobre expectativas desfeitas.
'a praga indelével vem com a errância da alma sobre expectativas desfeitas'. sobre a ruína, não sabem os destroços que lugar lhes pertence.
às vezes preocupa-me não pensar nestas coisas, não verbalizá-las a tempo, não fazer da palavra concretizada um refúgio para o insondável. perturba-me andar um passo atrás, não conhecer a natureza verbal do deserto sobre o qual caminho, expôr-me assim ao constante sobressalto. apercebo-me que esgravato à superfície, as unhas estão negras apenas do pó que flutua.
Etiquetas: o exílio e o reino, retalhos e recortes
posted by saturnine | 19:14 |
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial