detesto domingos com chuva
num vago jardim perdido.
Fora de mim qualquer coisa em mim finda
como em alguém desconhecido.
Como se fosse no domingo
no desfeito sonho de alguém
sonhando comigo,
lembro-me (quem?)
de outro jardim, de outro domingo,
indistintamente existindo,
como eu próprio, em mim.
Agora em que jardim
alheio e indiferente
chove em mim para sempre?
Também eu sou outro
transportando um morto.
Manuel António Pina | Schlesiches Tör
Etiquetas: poesia
posted by saturnine | 13:11 |
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