a ferida aberta
a própria palavra 'ferida' acende em mim uma brasa incandescente de fascínio. pela sonoridade, pelas imagens que evoca e recria. então adicionemos-lhe a palavra 'sal' e teremos alcançado a mais exacta pungência da palavra sobre a pele. isto é, quem é que - perante o sal na ferida - não se cobre de ardências fundas e dolorosas, ou não sente que o mar inteiro se esvai por entre as frestas abertas da alma ferida?
como a clAud, de tudo faço ferida. e não é que goste que me doa. é, talvez, uma estranha aproximação ao primordial. a isto ocorre-me acrescentar o espanto do gigantesco engano ao olhar as feridas um dia - latentes ou adormecidas ou curadas - e perceber que são marcas de um inferno improvável, por nós inventado.
Etiquetas: blogspotting, fruta esquisita menina aflita
posted by saturnine | 19:58 |
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