sobre 'UM TEXTO LONGO, SIM'
«Repito: está tudo tão à vista, aqui — os que contam as visitas e as page-views, os que não resistem a dizer que foram citados. Mas há os outros, sim: os que escrevem — e pronto. Os que dizem o que querem dizer. Os que se estão nas tintas. Os que têm uma palavra que não nega que gostava de ser lida? É isso um pecado assim tão criticável, tão menosprezável? Quando é que as pessoas escrevem — e pronto? Quando é que passam a escrever o que querem mesmo dizer, escondendo aquilo que acham que é para manter escondido, e não estão com muitas justificações, lapsos, vulgaridades, paralaxes?
Há nos blogs uma fragilidade muito evidente: são coisas que se escrevem porque sim, porque apetece naquele momento, porque nos lembramos, porque alguém falou disso, porque a ventania vem do lado do mar, porque o pó se levantou no meio do deserto em frases curtas, em textos longos, ou porque começou a chover no domingo. Essa fragilidade é um bem porque podemos discutir com ela — ou comover-nos.»
eu sou das que escrevo - e pronto - porque me apetece, porque sim, porque me lembro, e também porque quero ser lida (e como tal conto as visitas e as page views), porque anseio pela cumplicidade com o seu quê de exibicionismo naturalmente egocêntrico (e fico muito feliz com as citações que me fazem), porque me comovo com a fragilidade essencial desta espécie de intimidade exposta, que é o lugar comum em que as afinidades se geram. era isto que queria dizer. de resto, acrescento isto: não acredito que seja necessário saber-se o que se quer fazer/dizer. aliás, eu ando aqui precisamente porque não sei. e basta-me. é só.
Etiquetas: blogspotting
posted by saturnine | 23:08 |
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