ADEUS. A morte tem uma particularidade, para além do que escrevemos sobre ela enquanto figura ou enquanto texto: aproxima-nos do rosto de Deus — que, de facto, não tem rosto, nem voz (porque perecerá aquele que a ouvir), nem idioma. E aproxima-nos do seu sorriso. E do seu nome. Anteontem, na morte de um homem bom, que eu admirava e com quem gostava tanto de falar, a inquietação volta a tocar-me. «Agora ele descansa», foi a única coisa que pude dizer, já foi dito tantas vezes; mas a morte não é um tema e sobre ela dizemos as coisas mais absurdas. As despedidas são sempre invadidas por vozes que não são deste mundo.
e depois, atrevo-me eu a acrescentar (supondo) o seguimento incontornável, um texto de segunda-feira:
O QUE RESTA É A VIDA INTEIRA. Faz-se tantas vezes essa pergunta: o que fica, depois de quase tudo desaparecer? E, de repente, entre a noite e os ruídos da noite, muda-se a pergunta. Muda-se a vida. O que fica é um perfume ligeiro, uma ventania que abre o coração ao meio. Vida perfeita, imperfeita, capaz de tudo.
isto vem hoje em jeito de comemoração: o Aviz teve a gentileza de me referir na sua lista de blogs, e eu agradeço. :)
Etiquetas: blogspotting, retalhos e recortes
posted by saturnine | 20:58 |
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