«Depressa se vai a Primavera
choram os pássaros e há lágrimas
nos olhos dos peixes»
O Caminho estreito (p. 59)
«SALGUEIROS
Em Ashimo há também salgueiros que se debruçam sobre os regatos. Adivinham-se entre os carreiros que separam um arrozal do outro. Tobe, senhor deste lugar, prometera que nos ia mostrá-los. Passei grande parte desse dia, em frente de um salgueiro:
Ficou plantado o arrozal
quando me despedi
do salgueiro»
O Caminho estreito (p. 66)
há palavras cujo poder evocativo é maior, por algum motivo. se penso em arroz, logo me vêm à ideia olhinhos rasgados de profunda serenidade oriental. se penso em arroz, penso nas águas caudalosas do Mékong, que não conheço. penso na paisagem que me aguarda algures no interior do corpo que habito. este foi o mais belo livro que comprei. nada está mais próximo da serenidade do que a simplicidade. Ad Reinhardt defendia que less is more, e o minimalismo tem aqui uma valente razão de ser. com Matsuo Bashô redescubro a frescura das raízes, e relembro a aprendizagem da paciência, essencial à construção da tranquilidade.
Estou em crer que a leitura de um diário de viagem é também ela uma viagem (...). | Jorge Sousa Braga
Etiquetas: sol nascente
posted by saturnine | 22:52 |
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