Ser-se humano é maravilhoso e terrível. A esmagadora improbabilidade de existir - e existir num ponto azul claro a que chamamos "casa", infinitamente pequeno dentro dessa inconcebivelmente gigantesca saia do universo - sempre me deixou tão desconcertada como deslumbrada.
Por vezes, tenho pouca esperança na Humanidade. Por causa da estupidez, da mesquinhez, da pobreza de espírito. Mas depois, somos capazes de coisas destas. Há décadas a sonhar explorar o infinito e mais além, e mais - a fazê-lo, centímetro a centímetro. Fazer parte deste misterioso e só vagamente sondável universo, tendo consciência de mim, é o maior fascínio da minha vida.
Quando o stress e o desapontamento dos dias é tão esmagador que me deixa quase sem respiração, habituei-me a pensar em Júpiter, em Pluto, em Saturno, gigantescos, longínquos, mas feitos dos mesmos átomos que todos nós, a respirar no cosmos, implacavelmente alheios aos problemas financeiros dos mercados. A esperança e a tranquilidade são-me devolvidas se me imagino a respirar em uníssono, também eu feita da mesma matéria das estrelas.
Hoje é um dia bom para a Humanidade.
posted by saturnine | 12:58 | 0 Comentários
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