Abril, mês dos demónios familiares

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Em Abril acontece acordarem os sentidos. A pele, levemente inflamada pelo sol, torna-se atenta e desperta. Rente aos muros, o perfume do jasmim, das glicínias e das laranjeiras. À noite, se a temperatura está amena e uma brisa ligeira sopra, os aromas invadem as ruas e invadem o meu olfacto, e eu estremeço de alegria contida. Abril é, ou não é, o mais cruel dos meses, mas é o mês do regresso às histórias, aos livros da Ana Teresa Pereira, aos sonhos acordados com jardins encantados e lugares mágicos. Para mim, é um relógio biológico, com o seu tic-tac subtil a lembrar-me que está na altura de ir ver a Primavera desabrochar na Quinta da Regaleira.