as girlie as it gets: the Bridget Jones syndrome
pois é, acontece que a reclusão forçada de trabalho excessivo trouxe à tona a Bridget Jones que há em mim. acabo as noites a fungar sofridamente, episódio após episódio, com a Grey's Anatomy. é tanto drama, tanto coração partido, tanto desgosto amoroso, tanto caso perdido, tanta perda, tanta morte dolorosa que se me afigura impossível manter a postura. e então fungo. fungo muito. e percebo que a ficção é um excelente veículo de avaliação de carácter. as personagens que nos movem, que nos apaixonam ou suscitam asco, a forma como nos irritam ou comovem, a forma como nos fazem torcer por eles ou desejar que sejam maltratados, castigados... isto como se apertassem botões imaginários onde, por dentro, accionam o reconhecimento.
eu sou, portanto, do tipo comovido/castigador. e a Grey's Anatomy é terapia. cada vez que consigo ter pena da pobre Meredith e não desejar que alguém a descomponha e lhe diga cosias horríveis - que ela merece, que ela merece! -, considero-o uma vitória pessoal, de carácter, e sossego. termino o episódio Bridget Jones sentindo-me ligeiramente idiota mas muito confiante de me ter tornado uma pessoa melhor.
Etiquetas: afirmações identitárias, esqueletos no armário, filosofia e metafísica quotidiana, grandes amores
posted by saturnine | 01:56 | 6 Comentários
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